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Sempre que a seleção brasileira perde uma Copa considerada imperdível, é ressuscitado o manual criado na preparação para a primeira conquista, em 1958.

O dirigente do São Paulo e empresário de comunicação Paulo Machado de Carvalho – justamente homenageado com o apelido de "O Marechal da Vitória" e com o nome eternizado no portão de entrada do Pacaembu – reuniu uma comissão técnica de alto nível que, pela primeira vez, contou com um psicólogo.

Havia a suspeita de que a maioria dos jogadores tremia nos momentos decisivos, com insucessos nos Mundiais e, sobretudo, nos torneios sul-americanos.

A verdade é que tudo funcionou à perfeição e a equipe nacional chegou ao bicampeonato. Veio a euforia e o oba-oba em 1966, retornando a ordem e o progresso na preparação para a conquista do tri em 1970.

Após o tetra e o penta vieram os fracassos de 1998 e 2006, respectivamente, confirmando a teoria de que é preciso levar a turma com rédea curta.

Dunga assumiu o comando e a CBF apresentou aos jogadores normas de conduta. Daí o desinteresse do selecionador nacional por Ronaldinho Gaúcho, craque consagrado, porém pagodeiro inveterado.

A seleção foi montada e esculpida à imagem e semelhança do estilo Dunga de ser. Será um time aguerrido, mesmo não abdicando da arte quando for possível apresentá-la.

Os protestos serão inevitáveis diante do enorme fã clube de Ronaldinho Gaúcho, entretanto, Dunga não vai chamá-lo e muito menos pedir ajuda espiritual a Joel Santana para ganhar o hexa. Pai Joel, como se sabe, tem operado milagres bem mais complicados no futebol carioca.

Viva o drible!

Em tempos de politicamente corretos parece que ficou feio dar um drible, um chapéu ou uma prosaica meia-lua.

Não podemos deixar que o futebol fique mais pobre e mais chato do que está.

É preciso resgatar o espírito criativo, brincalhão e que desafia os jogadores a provar que a menor distância até o gol não é uma reta.

Devemos enaltecer a irreverência de Garrincha, Julinho, Canhoteiro, Rivelino, Edu, Zé Sérgio, Júlio César (O En­­tortador), Reinaldo, João­­zinho, Zico, Renato Gaúcho, Romário, Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo e tantos dribladores eméritos.

A alegria do futebol brasileiro tem sido o jovem time do Santos com garotos que jogam com alegria. Dá gosto ver em ação Neymar, Ganso, André, Wesley e outros que estão encantando com inventividade que desconcerta os zagueiros de cintura dura.

Neymar foi abusado ao aplicar um chapéu no zagueiro Chicão, do Corinthians com a partida paralisada.

Devia ter respeitado o adversário que perdia o clássico e estava com a cabeça quente. Mas, a reação de Chicão foi desproporcional: poderia ter levado na brincadeira e passado a mão na cabeça do geniozinho Neymar.

Mas são estas coisas que ainda fazem valer a pena assistir a uma partida de futebol.

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