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A nova prisão do presidente da Federação Paranaense de Futebol não chegou a surpreender.

Afinal o que, efetivamente, surpreende é a sua permanência no mais elevado cargo do futebol local contando, para isso, com a passividade bovina dos dirigentes dos clubes.

O presidente mistura a sua vida pessoal com incursões pela política e pelos caminhos do futebol. Tantas fez que se transformou em quase folclore, tanto na política quanto no futebol.

Ele parte tanto da realidade quanto do ilusionismo para manter-se no poder. Ora com jogadas pessoais mirabolantes em meio a bingos e avestruzes, ora com surpreendentes sacadas em torno do Estádio Pinheirão, fonte de tantas desilusões.

Lançando mão de um complexo jogo de reflexos e refrações, de desvãos e desvios de conduta, consegue envolver clubes e ligas amadoras que, de forma obediente e conivente, o reelegem há 20 anos como se fosse o único esportista na face da terra em condições de comandar o futebol paranaense.

Entre seus recursos prediletos está o exercício do envolvimento para iludir ou desiludir, para reforçar ou frustrar as expectativas do torcedor, sabotando continuamente o código de ética e as convenções que regem a sociedade de uma forma geral.

Ao fim e ao cabo de uma carreira alucinante, Onaireves é como um velho boxeador. Com o tempo perdeu o poder de ataque, o punch, mas em compensação tornou-se um mestre das esquivas.

Não compete ao jornalista julgá-lo sob o ponto de vista pessoal, empresarial ou político, mas é uma obrigação profissional analisá-lo sob o viés esportivo. E, aí, na arena do futebol, ele tornou-se um grande problema, já que o Campeonato Paranaense tem sido fracasso de público e crítica.

Fuga de patrocinadores e de empresas por causa da completa desmoralização da entidade, agravada pela denúncia dos bruxos, desinteresse das principais redes de televisão, poucos espectadores, péssimas arbitragens e, afinal, prejuízo generalizado.

Bom na esquiva, apesar de tudo, consegue sensibilizar e contar com a boa vontade da maioria dos dirigentes dos clubes, mas não disfarça a sua abulia política e o seu desgaste administrativo.

Coxa em xeque

Aos trancos e barrancos no campeonato estadual e com o novo técnico cometendo os primeiros erros de ordem tática e técnica, durante o passeio que levou do J. Malucelli, o Coritiba joga contra o Náutico, pela Copa do Brasil.

Está mais do que na hora de escalar as revelações dos juniores que tanto ajudaram a equipe em seus piores momentos nesta temporada. Se persistir a indefinição, o time coxa-branca não chega a lugar nenhum.

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