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Para quem tem saudade do tempo em que os jogos noturnos eram disputados com bolas brancas em vez dessas horrorosas bolas coloridas que confundem os espectadores; em que as torcidas se dividiam civilizadamente nas arquibancadas, não eram organizadas e muito menos profissionais, não quebravam tudo, não prejudicavam os clubes com a perda de mando ou serviam para ajudar os cartolas nas eleições em troca de proteção; em que os atletas não reclamavam do excesso de jogos pela banalização do futebol como atração na televisão; em que a maioria dos dirigentes colocava dinheiro do próprio bolso em vez de tirá-lo, as reformas em marcha prenunciam novos tempos.

Não que os dirigentes voltem a ser mecenas, longe disso. O futebol tornou-se investimento de tão elevada rentabilidade que é preciso criar mecanismos para evitar a má gestão financeira das entidades. O primeiro passo foi dado com a aprovação pelo Senado do projeto que vai punir cartolas que endividarem seus clubes e deixarem o ônus para os sucessores.

O projeto altera a Lei Pelé para permitir que o patrimônio pessoal dos dirigentes possa ser alcançado em ações decorrentes do mau uso dos recursos da associação esportiva. A intenção da lei é evitar que eles firmem contratos que extrapolem suas gestões e usem esses acordos de forma indevida, cabendo a algum sócio do clube questionar as dívidas contraídas de forma temerária.

Outro aspecto positivo da nova legislação é a obrigação de as entidades esportivas serem obrigadas a divulgar os investidores que tenham direito aos valores negociados na venda de atletas. Eles terão de apresentar a lista dos empresários que negociaram a saída dos jogadores, inclusive as cláusulas indenizatórias.

Será o primeiro passo para moralizar o milionário mercado futebolístico tentando por fim a prática da especulação em torno dos chamados "direitos econômicos" do atleta, por meio do qual os investidores recebem porcentuais das negociações.

É possível que com a aprovação desse projeto seja corrigida a distorção trazendo maior transparência nas ricas transações do mundo da bola.

Furacão dividido

Alguém já disse que o sucesso é punido pelo irracional calendário do futebol brasileiro. Os times que se destacam em mais de uma competição acabam sofrendo as consequências. É o caso vivido presentemente pelo Atlético que tenta, ao mesmo tempo, manter-se no G-4 do Campeonato Brasileiro e lutar pelo título da Copa do Brasil.

O Furacão dividido perdeu cinco pontos nas duas últimas rodadas e diminuiu a gordura que havia acumulado ao poupar jogadores para as partidas com Internacional e Grêmio nas fases decisivas da Copa do Brasil. Hoje não será diferente, já que a comissão-técnica parece mais preocupada com o mata-mata de quarta feira, em Porto Alegre.

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