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Os mais jovens podem não acreditar, mas o Brasil já foi um lugar bem melhor para viver.

Se dermos uma olhadinha nos livros de história, nós verificaremos que demos um salto nos últimos 200 anos. Até 1808, data do desembarque da família real portuguesa no Rio, a colônia era proibida de ter fábricas ou iniciar qualquer empreendimento. E 98% da população era analfabeta e 1/3 era escrava.

Estamos hoje entre as dez maiores economias do mundo, apesar de vivermos grave crise política e econômica, além de figurarmos no ranking dos países com os piores índices de desenvolvimento humano. Bem ou mal somos uma democracia e os índices gerais demonstram que melhorou o padrão civilizatório.

A instabilidade do momento é preocupante diante da fragilidade do governo e dos péssimos modos da corrupta e desmoralizada classe política.

Estamos salvos porque o Poder Judiciário funciona e também existe a liberdade de imprensa.

A violência é assustadora, tanto quanto a quantidade de vítimas no trânsito das cidades e nas estradas mal cuidadas.

É inexplicável e profundamente lamentável que os nossos governos tenham abandonado o seguro, confortável e moderníssimo sistema ferroviário que atende as necessidades de todas as nações desenvolvidos do planeta.

Evoluímos graças a contribuição dos imigrantes e a força de trabalho da nossa gente, mas o presente tem provocado muita saudade do passado.

Observamos tremenda carência de valores, de homens mais respeitáveis e, sobretudo, preparados intelectual e politicamente para a administração pública.

Não conseguimos reproduzir líderes da estatura de Getulio Vargas, Juscelino Kubitscheck, Carlos Lacerda, Afonso Arinos, Tancredo Neves, Magalhães Pinto, Ney Braga e outros. Ou pensadores como Gilberto Freire, Roberto Campos, Mario Henrique Simonsen.

A crise de talento também se verifica na inteligência nacional. Não surgiram novos Carlos Drummond de Andrade, Otto Lara Resende, Nélson Rodrigues, Érico Veríssimo, Rubem Braga, Graciliano Ramos, Clarice Lispector, Paulo Francis ou gênios como Tom Jobim, Millôr Fernandes e Vinicius de Moraes.

Até o nosso celebrado futebol entrou em decadência. Viraram poeira da história monstros sagrados como Leônidas, Zizinho, Pelé, Garrincha, Didi, Djalma Santos, Nilton Santos, Gerson, Tostão, Rivellino, Falcão, Zico, Romário, Ronaldo, Rivaldo...

Pouca gente se prepara nos dias de jogos para assistir à seleção brasileira, pentacampeã mundial.

Depois da humilhante goleada de 7 a 1 para a Alemanha, a seleção perdeu o brilho. Será muito difícil recuperar o incensamento do time nacional para despertar paixão e encantamento nos jovens torcedores.

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