• Carregando...

Comove a todos o sentimento de muitos jogadores no momento da execução dos hinos nacionais. É o cumprimento do protocolo da Fifa que eleva às alturas a adrenalina dos atletas enquanto cantam e lembram das origens, da família e da casa. Sou daqueles que cultuam a seleção brasileira, não como símbolo da pátria, mas por singela e pura admiração. Os motivos não são tão difíceis de explicar nem de entender. Adolescente, e sem desconfiar que seria locutor esportivo e crítico de futebol, já ouvia grudado ao rádio a conquista do bicampeonato mundial em 58 e 62 por essa seleção fantástica.

Por ter acompanhado como simples torcedor craques da dimensão de Pelé, Garrincha e outros daquela geração de ouro, podendo entrevistá-los mais a frente como profissional e até privar da amizade com pessoas extraordinárias como Bellini, Djalma Santos, Pepe, não deve ser complicado entender por que, para mim, a seleção tem um significado muito maior do que, por exemplo, para os jovens torcedores que assistem o futebol transformado em rentável negócio com escala mundial sem a arte e a fantasia do passado. Mesmo para quem viu apenas Romário, Ronaldo e Rivaldo não se empolga com o time atual. Havia um ritual em torno das exibições do escrete nacional, enquanto que os jogadores de hoje em dia cumprem calendário comercial para atender aos interesses econômicos da CBF, da Fifa e dos patrocinadores, com amistosos estapafúrdios em todos os cantos, comprometendo a qualidade técnica do trabalho.

Mas é preciso separar os valores mais elevados do país com o sentimento esportivo no culto e na admiração pelos jogadores quando vestem a camisa verde-amarela.

Campeões ou não, os atletas devem ser respeitados, afinal são apenas parte de uma imensa engrenagem de múltiplos interesses.

E a ardilosa maquinação do destino castigou craques relevantes que por mais talento que tiveram não conseguiram conquistar o título mundial pelas suas seleções. E nem por isso fecharam-se as portas do panteão futebolístico para lendas como Zizinho, Labruna, Sivori, Puskas, Di Stefano, Eusébio, Cruyff, Neeskens, Van Basten, Platini, Zico, Falcão, Sócrates e tantos mais que foram vítimas dos sortilégios da bola.

Dê sua opinião

O que você achou da coluna de hoje? Deixe seu comentário e participe do debate.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]