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Como dizia o maestro Tom Jobim, "o Brasil não é um país para principiantes". É preciso conhecê-lo para entendê-lo.

Aí estão as abomináveis manchetes políticas, a interminável crise nos aeroportos, a impressionante escalada de violência urbana e, last but not least, o futebol nosso de cada dia.

Pelo menos o futebol é divertido e não atrapalha a vida de ninguém. No máximo, dá uma pequena dor de cabeça, especialmente se você for corintiano ou paranista.

Curiosamente, Paraná e Corinthians, dois dos clubes mais ameaçados pelo rebaixamento, experimentam grave crise político-administrativa. A do Paraná está virando um novelão e a do Corinthians ficou mais apimentada depois do assassinato do advogado do destituído presidente Alberto Dualib.

Até o presidente Lula, corintiano, deu um pitaco no drama, conclamando a torcida para comparecer em massa no jogo com o Figueirense.

Torcidas

Depois de muita gente torcer o nariz para a fórmula de pontos corridos, preferindo a injusta fórmula de chaves e repescagens com mata-matas no final, o Campeonato Brasileiro alcançou a maior idade no último domingo: graças aos grandes públicos pagantes no Maracanã, Morumbi, Mineirão e outros estádios de menor porte, pela primeira vez uma rodada do futebol brasileiro superou a média de público dos milionários campeonatos italiano e espanhol.

Sinal de que o torcedor compreendeu a importância de todos os jogos, os estádios estão lotando em todas as rodadas e não apenas na fase de mata-matas do modelo antigo. O fenômeno também alcançou a Segunda Divisão, com grandes rendas nas maiores cidades.

Romário técnico

Contribuindo para o surrealismo moreno, o Vasco anunciou a presença de Romário como jogador e técnico, no jogo de hoje pela Copa Sul-Americana.

Segundo o Macaco Simão, a programação de ontem em São Januário foi esta: 10 horas, futevôlei; 12 horas, churrasco; 16 horas, pagode; e, à noite, um giro pelas boates antes da concentração às 23 horas.

Romário ficou feliz porque agora, como técnico, pode chegar atrasado aos treinos sem que ninguém lhe cobre o horário.

Carta de René

Para completar o movimento surrealista brasileiro, o técnico René Simões, do Coritiba, apresentou uma carta que leva o título de "Nem sempre uma mulher bonita se torna uma linda esposa".

Em sua emocionada missiva, o técnico coxa-branca comenta as limitações e os esforços do time para voltar à Primeira Divisão ao mesmo tempo em que critica o comportamento de alguns torcedores mais exigentes e absolutamente desesperados durante os jogos.

De uma coisa eu tenho certeza: René Simões é o maior responsável pela volta do Coxa à elite do futebol.

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