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As pesquisas provocam debates acalorados en­­tre os amantes do futebol. Trata-se de um tema recorrente já que, cada vez mais, esses estudos são solicitados para a avaliação de po­­tenciais investidores e patrocinadores.

Ultimamente, pelo elevado grau mercantil do futebol que, há tempos deixou de ser mera atividade esportiva, transformando-se em grandioso negócio que envolve todos os países economicamente importantes, as consultas passaram a ter peso e, por isso mesmo, apresentam reações das partes interessadas.

O futebol paranaense sofreu vigoroso processo de esvaziamento por vários motivos, en­­tre eles a falta de unidade social, política e cultural do estado que na verdade se divide em três partes: o centro, sul e leste tradicionalmente paranaense; o sudoeste com forte influência gaúcha e o norte colonizado por paulistas e mineiros.

A seguir vem a própria desorganização do futebol paranaense com um campeonato estadual sofrível, que só sobrevive graças à rivalidade entre as torcidas de Atlético e Coritiba; depois, verifica-se a fragilidade técnica dessas equipes com campanhas fracas no cenário nacional.

Mas também outros poderosos motivos influíram na perda de espaço dos nossos times, tais como a superexposição na mídia dos grandes times do eixo Rio–São Paulo – com transmissão pela televisão aberta de praticamente todos os jogos dos detentores das cinco maiores torcidas do país: Flamengo, Corinthians, São Paulo, Vasco e Palmeiras.

Os interesses envolvidos nos estudos são tão grandes que o Vasco contestou pesquisa da Crowe Horwarth RCS publicada pelo jornal O Estado de São Paulo, segundo a qual a marca do clube carioca perdeu força com a sua queda para a Segunda Divisão.

Agora o instituto DataFolha soltou nova pesquisa de torcidas no estado do Paraná, oferecendo incontestável liderança ao Corinthians, aparecendo o Atlético em segundo lugar e o Co­­ritiba apenas na sétima posição.

Esse tipo de pesquisa é discutível na medida que todos sabem da penetração do futebol paulista na populosa região norte do estado.

O que vale mesmo para os nossos clubes é a medição feita nas regiões em que a influência do futebol paranaense é marcante.

Esta Gazeta do Povo encomendou, no ano passado, pesquisa da Paraná Pesquisas e os números da região metropolitana foram significativos para a dupla Atletiba – Atlético com 25% e Coritiba com 17% – e para o Paraná que apareceu com 8% da preferência.

Mas a pressão continua já que é do interesse dos grandes clubes paulistas mostrar aos anunciantes e parceiros que perdem em números globais para o Flamengo, mas ganham em dois estados importantes para a economia do país: São Paulo e Paraná.

O pano de fundo continua sendo o interesse comercial e, do jeito que o processo vem sendo conduzido, o estrago continua grande na imagem dos times do futebol paranaense.

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