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Sprezzatura é uma palavra italiana difícil de definir e foi cunhada pelo conde Baldassare Castiglione no Il libro del cartegiano – O livro do cortesão – publicado em 1528.

Foi a forma encontrada pelo autor para identificar a qualidade mágica que caracterizava quem pertencia ao círculo interno do Renascimento, a versão setecentista das pessoas que se destacavam nas mais variadas áreas de atividade.

Descreve o habilidoso desprendimento de alguém que consegue fazer parecer que algo estudado e trabalhado foi aprendido ou realizado sem esforço.

Na cultura atual da celebridade, poder-se-ia – com permissão do presidente Temer para usar a mesóclise – dizer que essa sprezzatura é um componente essencial do carisma.

Uma concepção do carisma adquirido pelo técnico Tite surge sempre como uma surpresa. De jogador modesto a treinador promissor, transformou-se, através dos anos, no que temos de mais próximo do incensado Guardiola nesse deserto de inteligência que caracteriza o futebol brasileiro.

Os analistas, os dirigentes e, agora, os torcedores que o homenagearam cantando seu nome durante a goleada da seleção sobre a Bolívia, tiveram de se acostumar com a ideia de que, por detrás daquela figura simples, está um estudioso e competente artesão da arte de promover espetáculo nos jogos de futebol.

Antes mesmo de Tite estrear, apresentei minha opinião de aprovação e confiança na sua capacidade de trabalho.

A virada que ele proporcionou na até então desgastada e decepcionante seleção brasileira, sob o comando de Dunga – outro grave erro dos cartolas que não aprendem mesmo e continuam atrapalhando com sua politicagem e interesses subalternos –, está empolgando o torcedor.

Seleção bem convocada, time bem escalado, com definição tática e os jogadores mostrando vontade de jogar com talento individual. É o resgate do verdadeiro futebol brasileiro.

A corte a Tite é merecida. Fazer a corte a um profissional capaz é exercício espontâneo de quem reconhece o trabalho bem feito

DERROTA AMARGA

Duas equipes tecnicamente modestas, tanto que lutam bravamente contra o rebaixamento, e o empate seria o resultado justo no Beira-Rio.

Jogo arrastado, com muitos passes errados e raras chances de gol. Os donos da casa pressionaram mais, porém sem conclusão.

Venceu o Internacional, graças a um pênalti infantilmente cometido pelo zagueiro Lucas Claro, enquanto que, pouco antes, em outro lance com as mesmas características, o Coritiba desperdiçou a cobrança. Juan é jogador capaz, mas pênalti bem batido é aquele que o goleiro não defende.

Foi uma derrota amarga do Coxa.

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