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A piada da semana conta que os chamados Black Blocs de São Paulo ameaçam partir para o confronto com a turma da Gaviões da Fiel. Acusam a torcida organizada do Corinthians de tentar desmoralizar o vandalismo, pois nem sequer cobrem o rosto quando partem para cima da polícia e muito menos se preocupam com as imagens gravadas pela Mídia Ninja.

A violência continua assolando as ruas e os estádios do país. Vira e mexe aparece algum torcedor sendo agredido, linchado ou morto por membros das tais torcidas organizadas e fica o dito pelo não dito.

Apenas reacendem a discussão em torno da violência no esporte, normalmente assinaladas por declarações precipitadas ou simplesmente vazias de autoridades públicas, assim como informações desencontradas e incoerentes veiculadas pela imprensa contribuindo para a formulação de "soluções mágicas", que se comprovam ineficazes, dado que não se leva em consideração a amplitude e a importância do fenômeno.

Não sei se o distinto leitor que me defere sua atenção no momento sabe da existência da Comissão Nacional de Prevenção da Violência nos Espetáculos Esportivos pelos Ministérios do Esporte e da Justiça. Eu não sabia. Pois saibam mais: foram criados colegiados similares nos estados com a atribuição de tratar o tema com o devido cuidado e de trazer o poder público para o cerne da discussão. Por estas e outras que os estados reclamam da falta de recursos – praticamente quebrados – pelo excesso de nomeações para cargos comissionados e inchaço generalizado no quadro de funcionários públicos. Mas polícia, que é bom, há muito pouca nas ruas.

Este país, que cria leis de primeiro mundo inadaptáveis à triste realidade terceiromundista, criou o Estatuto do Torcedor, que continua sem aplicação e sem com uma legislação específica atualizada para o esporte. Para que as atividades desses grupos de estudos sejam efetivas e contínuas seria preciso assegurar a participação de diferentes esferas da sociedade com o objetivo de ampliar o enfoque das análises.

Ao contrário dos países desenvolvidos, o Brasil não conta com uma corporação de segurança especializada em eventos esportivos, pois é notório o despreparo dos atuais agentes públicos, e o tratamento por eles conferido aos torcedores – organizados ou não –, aumentando a tensão nos conflitos.

A mídia exibe as imagens dos delinquentes, mas as providencias legais cabíveis não são tomadas. E se ocorrem, limitam-se à proibição de frequentar os estádios por determinado tempo ou outras penalidades insignificantes.

Os responsáveis pela segurança procuram respostas rápidas para acalmar os ânimos da opinião pública como se todos estivessem protegidos do barril de pólvora que permanece pronto para explodir outras vezes.

A violência segue intocada: sem investigação e sem punição.

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