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O Atlético vem experimentando diversas emoções nesta temporada. Iniciou fazendo boas atuações e marcando gols, tanto que Éderson é o principal artilheiro do campeonato, mas pecou no sistema de defesa e sofreu reveses. As mudanças foram bem operadas, algumas contratações deram certo e o time encontrou o caminho até chegar onde se encontra.

Resultado da soma de fatores, destacando-se a longa pré-temporada que proporcionou mais pulmão e pernas ao elenco, mas que pode se transformar em factoide se a equipe continuar perdendo o rendimento e sofrendo pressão dos adversários na última meia hora, como ocorreu no clássico com o Coritiba e no sufoco da Portuguesa.

Empolgação e fidelidade da torcida à parte, manipulação imprópria de egos entre o presidente do clube e Paulo Baier, elevado aproveitamento em casa e valorização da comissão técnica de alto nível – Lopes, Moracy e Mancini –, tudo deve ser pesado e medido, porém não se deve perder a visão estratégica do momento.

Entendam como visão estratégica o fato de o Furacão ter a possibilidade de encerrar o ano em grande estilo, desde que corrija algumas coisas. Por exemplo, o ataque começa bem, mas perde ótimas chances para definir o resultado no primeiro tempo; Deivid e João Paulo andam muito sobrecarregados porque Paulo Baier não marca e não combate, atuando de forma individual, beneficiado pela inteligência de jogo que possui, experiência para sempre estar bem colocado na área e liderança em campo. Como Everton é um meia criativo, mas que também não marca, as coisas se complicam quando os adversários perdem o medo e resolvem partir para o tudo ou nada. Por muito pouco o Atlético não deixou escapar as duas últimas vitórias na Vila Capanema.

É a fase

O Coritiba também tem vivido algumas sensações exóticas. Da conquista do tetra, mesmo nas circunstâncias em que foi obtido na tumultuada decisão do turno com o Londrina e na perda do returno para o sub-23 do Atlético; eliminação na Copa do Brasil para uma equipe do insipiente futebol amazonense; campanha irregular na Copa Sul-Americana, até a queda vertical no Brasileiro.

Poeticamente poderia dizer que a trajetória do Coxa faz lembrar o genial pintor Picasso, que teve uma fase rosa e uma fase azul antes de partir para a fase abstrata. Do róseo campeonato estadual, passando pela fugaz liderança invicta onde estava tudo azul, o time parece abstraído, ou desconcentrado.

Procuram-se variadas explicações para a débâcle coxa-branca, as quais passam pela mudança de comando no futebol e mesmo certo amadorismo-romântico da dupla Tcheco-Marquinhos Santos, mas o que pega mesmo é a lotação no departamento médico. Não há time de futebol que resista ao registro permanente de uma dúzia de atletas em recuperação física ou clínica.

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