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A postura tática do futebol brasileiro tem sido extremamente questionada na medida em que alguns treinadores são rotulados de retranqueiros ou de Professor Pardal (na boa gíria dos boleiros), havendo, inclusive aqueles que preferem que a equi­­pe some os três pontos, independentemente da qualidade do espetáculo.

Nesse sentido, o atual treinador do Palmeiras, Muricy Ra­­ma­­lho, que busca seu quarto título consecutivo de melhor técnico do Brasileirão (o que aqui não se discute), comanda um time com esse perfil, o Palmeiras, que é líder da competição, embora, para alguns especialistas, o time do São Paulo, do Inter­­na­­cional e do Cruzeiro possuem um grupo mais qualificado tecnicamente.

O técnico palmeirense procura fazer o mais simples possível, tendo preferência pelo 3–5–2. Ao contrário da maioria dos treinadores que usa esse esquema, liberando os dois alas ao mesmo tempo. Muricy opta por deixar um na marcação, liberando o meia para que este se aproxime dos atacantes. Com essa postura, pode até levar sufoco, porém tem conseguido seu objetivo.

Ora, se no futebol o mais im­­portante é o título, esse questionamento não atinge o significado pretendido por essa fatia da crítica. A menos que ele tivesse um grupo de jogadores formado por 11 craques, como o Bar­­ce­­lona, por exemplo – o que de­­man­­da uma infraestrutura bem distante da atual realidade do futebol brasileiro.

Na outra mão, temos o Dunga, treinador da seleção brasileira, que inicia o jogo no 4–4–2, com variações para o 4–3–3, pois Luís Fabiano e Robinho podem contar com as aproximações de Elano, que reveza com Kaká.

E foi assim que o selecionado ganhou dos italianos, dos portugueses e dos argentinos com autoridade de quem sabe o que faz.

Então, independentemente das variações táticas, o que prevalece é o conhecimento do comandante, principalmente, quando a bola rola, porque é nesse momento que o técnico de­­monstra a capacidade que aponta para o diferencial que o constitui.

E por falar em retranca...

Na vitória contra o Brasiliense, o Paraná, no primeiro tempo, priorizou sua defensiva para readquirir a confiança, afinal vinha de derrota por goleada. Inclusive, o esquema defensivo era tão grande que a melhor oportunidade para ir às redes somente aconteceu aos 45 minutos da etapa inicial, quando o meia Davi vacilou na finalização, permitindo o desarme do zagueiro brasiliense.

Para a fase complementar, foi fundamental o trabalho do técnico tricolor, Roberto Cavalo, que percebeu a fragilidade do time do Jacaré e adiantou João Paulo, que cumpria a função de segundo volante. Essa foi uma medida acer­­­tada do treinador, pois João Paulo fez o gol que trouxe a vitória ao Tricolor, que só não am­­pliou o placar pelas finalizações equivocadas dos atacantes, o que não pode se repetir no jogo de ho­­je contra a portuguesa. É isso.

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