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O trânsito está agora engarrafado de fatos, de ideias e de reflexões, mas o tempo urge. O poder da síntese e a velocidade dessa vida maluca deixam os nervos à flor da pele. Quando tudo faz crer que a coisa vai fluir, dá um crepe e a máquina apaga. O buzinaço pressiona e aí sim a adrenalina vai a mil. Perdi todo o texto, não salvei nada e procuro uma solução. Jamais vou aprender a lidar com a rebimboca da parafuseta.

Mas a vida segue. Assim como o esporte, cheia de vitórias e fracassos. Ora choramos, ora rimos. Perdemos e ganhamos. Problemas todos e sempre vamos ter. Não é o caso de acabar com eles, o importante é saber administrá-los. Sem outra saída, o melhor é respirar fundo, refletir e deixar que flua.

Como de nada adianta o Atlético entrar neste momento em parafuso. Foi uma semana onde se fez geleia geral no caldeirão da Baixada. Que se pode dizer do técnico Jorginho se nem mesmo o antecessor mostrou a cara? O Atlético não está enfermo, mas o vírus está no ar. Do paraíso ao limbo é um relâmpago. Mas a recíproca pode ser verdadeira, desde que se admita o erro. O Paraná já deixou a UTI e o Coritiba está curado depois da tragédia de 2009.

O apelo da semana poderia ser a Eurocopa. Seguramente, muitos "professores de Deus" devem estar discutindo teorias e outras bobagens. Poucos, no entanto, ficaram em casa ou no trabalho, em dias úteis e à tarde, assistindo aos jogos. Sim, amanhã é diferente, é decisão. Além do que, Itália e Espanha serão protagonistas na Copa das Confederações, ao lado de Brasil e Uruguai, quatro campeões do mundo (México, Japão e o representante ainda não escolhido da África, serão coadjuvantes). Ah, tem o Taiti, campeão da Oceania, que vem para divulgar as belezas naturais da polinésia francesa. Aliás, seria uma boa ideia a Fifa programar uma Copa do Mundo espalhada pelas ilhas de Huahine, Bora Bora, Moorea... Melhor do que o Catar.

O último cálice

Perdi, em três dias, três queridos amigos: Vinícius Coelho, Juril Carnascialli e Geraldo Damasceno. Ontem a definição da Gazeta do Povo sintetizou: Juril foi o símbolo da elegância e da generosidade. Convivi muito com ela.

Conheci mais Geraldino como treinador. Os títulos com o Ferroviário de Arzua em 65, e com o Atlético de 82, foram expressivos. Era educado, conhecedor e respeitoso.

Com Vinícius viajamos muitas vezes juntos. Seu texto era como sua companhia – recheado de coisas boas. No final de março, num encontro com amigos do "Diário do Paraná", dividimos a mesa com Sylvio Ronaldo, Léo Kriger, Dias Lopes e Ivo Chiarello. Libamos um bom vinho. Foi a última taça da ceia sagrada entre velhos amigos. Assim como Juril, Geraldino e Vinícius, "somos todos viajantes de uma jornada cósmica – poeira de estrelas, girando e dançando nos torvelinhos do infinito. A via é eterna. Mas suas expressões são efêmeras, momentâneas, transitórias". (Buda)

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