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Achei que tomando esta vacina contra a gripe ficaria imune pelo menos durante o inverno que se aproxima. Qual o quê! Pegou pesado. Bem, aí a gente cospe fogo contra a máfia farmacêutica, fica ranzinza, e acaba apelando para o tratamento da vovó: chá de mel com gengibre e compressa de farinha no peito. Nada de alopático.

O duro mesmo, porém, é administrar a ociosidade dentro de casa. Antigamente a recomendação para a cura era vitamina C e cama. Hoje é sofá, televisão e internet. Sem alternativas, passei meu tempo mergulhado em programas esportivos, filmes, Discovery, e por aí a fora. Assisti até a gracinha da Hebe, e com direito a desfile de cachorros com roupas de grife. Aí foi demais. Chocante. Pelo menos para os meus padrões.

Ato contínuo, lembrei-me da grife "saco de estopa", usada pelo Alegria, um mendigo que desfilava lá pelos anos 70, nas frias noites da Galeria Andrade. Foi um morador de rua que viveu e morreu com dignidade. Seu corpo serviu ainda para estudos de anatomia nas faculdades de Medicina e Educação Física. Alegria foi uma celebridade dentro deste mundo cão que algumas madames desconhecem.

Alegria faz falta. Nesta semana vi alguns lampejos alegres de Kelvin, Neymar, Diego Souza, Rafinha e fica por aí. O jogo Peñarol e Velez, quinta-feira, foi sisudo, tosco. Hoje tem o Barcelona de Lionel Messi. Gostaria que o argentino colocasse uma pitada de irreverência no seu extraordinário talento. Um toque, digamos, de reggae. Um passo de mestre-sala. Ou então um arranjo de Ray Charles... Talvez seja querer demais. Tudo bem. O importante é que o melhor do mundo adoce o meu humor e alegre a nós todos. Precisamos, independentemente de resultados de futebol, sorrir.

Além das cores

Nos últimos 12 ou 13 anos, o Atlético se espelhou no Manchester United para ter uma referência. Alavancou um estádio ao estilo britânico, estruturou-se com pinceladas de empresa, fez um majestoso campo de treinamentos e tem as mesmas cores dos "diabos vermelhos". Tudo tem sido muito bom e até o clima de Curitiba ajuda a iniciativa cover do nosso Rubro-Negro.

Entendo que dentro dessa linha correta, o Atlético deveria também buscar na matriz inglesa, o exemplo de estabilidade profissional, principalmente em relação a treinadores. A paixão atleticana, diga-se única e exemplar, precisa ficar apenas nas arquibancadas. Nas salas administrativas a fleuma e a razão devem prevalecer.

Claro que não é preciso levar ao pé da letra. O técnico Alex Ferguson está há 25 anos no comando do United. Neste caso, Adilson Batista, por exemplo, estaria treinando o Atlético desde os seus 17 anos de idade. Não faz sentido. Mas que se busque ao menos uma linha de estabilidade, baseada no São Paulo de Telê Santana e Muricy Ramalho.

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