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O pé d’água que desabou na tarde de quinta-feira em Curitiba, foi um bom teste para lidar com a nossa postura diante do imprevisto. Dentro do meu hábitat, que é o Centro Cívico, convivi com situações tragicômicas diante do temporal. Árvores caídas, semáforos desligados, trânsito caótico, enfim, desinformação total. Exceto o trabalho sempre especial dos bombeiros. Corri, como outras pessoas, até a entrada de um banco para me proteger da chuva. Os bancos são mesmo nossos anjos da guarda. Os banqueiros pensam em tudo. Altruísmo puro...

Exemplo de proteção e rapidez comercial veio das calçadas da Cândido de Abreu. De repente, como um sopro, apareceu aquele ambulante que vende guarda-chuvas a R$ 10. Um sujeito ao meu lado que também se escondia do aguaceiro, rosnou: "Esses oportunistas parecem urubus, rezam para chover e ainda querem empurrar esta porcaria comprada no Paraguai. Vá de retro!" Deu para perceber que o nosso amigo estava indócil. Prefiro não comentar. Em suma, o vendaval serviu para refletir sobre a nossa postura diante do imprevisto.

Amanhã é dia de clássico. O bom do futebol, em se tratando de resultado, é o imprevisto. Assim é e será sempre o Atletiba. Se houver um perdedor, que este conserte o estrago sem rosnar. Não será o fim do mundo. Acho que devemos aprender (e muito) com os bombeiros. Devemos estar preparados para tudo. Bombeiro não é apenas aquele que apaga o fogo, é aquele que, diante de uma situação imprevista, acha a solução – seja ela de desmoronamento, de acidente de trânsito, de afogamento, de emergência médica, e até de captura de animais. O exemplo dos bombeiros serve para técnicos, dirigentes, árbitros e jogadores. No momento difícil, o bombeiro usa o raciocínio rápido para aplicar a técnica, o improviso e dar a solução sem danos.

Prevenção também muitas vezes evita o dano. Ou a falta dela pode ser trágica, como a invasão do Couto Pereira, em 2009, ou a morte do jovem André Scaramussa, na saída do Ecoestádio, no ano passado. Poderiam ser evitadas. É diferente. Quero me referir à serenidade de um dirigente depois da derrota. Ou a percepção de um técnico, por exemplo, diante de uma situação crítica. Exemplifico: a seleção brasileira perdia para o Uruguai por 1 a 0 com duas expulsões de cada lado – Orlando (zagueiro) e Almir (atacante) pelo Brasil. Foi na Copa América de 1959. Feola tirou outro zagueiro (Coronel) e colocou o atacante Paulinho Valentin. Loucura? Sim, foi uma doce loucura. Valentin fez três gols e o Brasil virou o jogo.

Espero que o árbitro, os dirigentes, os técnicos e os jogadores de Atlético e Coritiba sejam precisos e preciosos amanhã. Ágeis, mas serenos. Como Feola foi; como os bombeiros são.

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