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Não sou tão entusiasta assim em relação a Tite e seu grupo para uma virada de comportamento na Seleção Brasileira. Críticas ou elogios com entusiasmo é hábito de analista precipitado, que prefere nadar conforme a corrente. Desenha a pulga no tamanho maior do que ela é e o elefante ao contrário.

Ainda não foi oficializado se haverá alguém a quem Tite deva prestar satisfação quando assumir oficialmente o cargo, ou se será ele mesmo o manager – mistura de técnico e dirigente. As notícias apontam que o gerente de futebol do Corinthians, Edu Gaspar, pode ser esse nome. Na verdade o que ocorre são acordos imprecisos que se passam na suntuosa casa do futebol brasileiro, na Barra da Tijuca, no Rio.

Marco Polo Del Nero, presidente da CBF, se propôs apagar o incêndio com balde d’água, enquanto o futebol brasileiro ardia (e arde) no mármore do inferno. Convidou Tite, um corajoso soldado do fogo. O manifesto que exigia a renúncia de Del Nero, com eleição democrática na entidade, e assinatura de vários desportistas, incluindo o ex-técnico do Corinthians, nesse caso foi para o espaço com a “aceitabilidade” do professor.

Tite ambicionava o cargo como poucos, e quanto a isso não há nada contra. Até por que o gaúcho é o treinador da moda e está entre os melhores que trabalham no país. A “aceitabilidade” do convite, porém, é no mínimo incoerente, exceto se de lá para cá, na concepção do treinador, a água barrenta que inundava (ou inunda) a CBF tenha descansado no fundo da moringa.

Acho que deve haver, seja na CBF ou em clubes, alguém acima do técnico. Com bagagem esportiva, experiência de vida e cultura geral incontestáveis. Não para confrontar, mas sim para evitar exageros antes que se torne irreparável, como o 7x1 na Copa e o nocaute do Peru.

Alguém, digamos, com o perfil antigo de Paulo Machado de Carvalho e que hoje poderia ser Leonardo Nascimento Araújo, ex-jogador e técnico de alto nível no Flamengo, São Paulo, Milan, Inter, atual dirigente do PSG. Tite é um reparo, não um conserto.

República dos pampas

Depois de Zagallo em 1998, só deu treinador gaúcho no comando do escrete brasileiro: Felipão, depois Parreira (podando na faixa dupla, uma exceção carioca), seguido de Dunga, Mano Menezes, Felipão de novo, outra vez Dunga, e agora Tite. Se o Brasil não ganhar do Equador e da Colômbia, próximos adversários nas eliminatórias, em setembro, ainda assim haverá esperança de classificação para a Copa de 2018. Esperança mais uma vez buscada no ciclo gaúcho.

Com a hipótese de um novo “Fora,Tite!”, Marco Polo Del Nero, já se sabe, tem consulta marcada em forma de convite com o Analista de Bagé. Chance de endireitar a Seleção Brasileira na base da terapia do joelhaço. Faz sentido.

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