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Não há como separar hoje, a carreira de um atleta em idade escolar do estudo convencional. A técnica e o talento são fundamentais, mas a educação acadêmica pode fazer a diferença. Como é possível, porém, conciliar o tempo de treinamento com o período escolar? Que o diga o menino Abner, contratado esta semana pelo Real Madrid.

Excelente na marcação e ótimo no apoio, Abner não teve dificuldades dentro do campo e chegou, com sobras, a dez convocações pela seleção brasileira de base, antes da transferência para a Espanha. A maior dificuldade do atleta, porém, foi recuperar conteúdos e caminhar em busca do tempo perdido no colégio. Como encaixar então, treinos, jogos e convocações para a seleção, com aulas do ensino médio? Qual é a prioridade? Abner parou com os estudos faltando dois anos para entrar na faculdade.

No Colégio Zacarias – por onde passaram dois grandes atletas, Rolando Ferreira (primeiro brasileiro a jogar na NBA) e Giba (um dos maiores jogador de vôlei do mundo), e até o ex-presidente Jânio Quadros -, Abner chegou a questionar o estudo formal de hoje, dizendo que se mais tarde fosse necessário, contrataria um professor particular. Hoje para ele dá. E os outros?

A questão é: o clube incentiva, o colégio se esforça e o jogador/aluno tenta. O círculo, porém, não fecha. É necessário que políticos, educadores e cartolas projetem a criação de uma escola adaptada para atuar dentro dos próprios clubes, como ocorre em vários países de ponta no ranking esportivo. Craques dentro e fora de campo, como Platini e Beckenbauer, são raros. E é este o modelo que deve ser buscado. Por enquanto, é válido o auto investimento educacional que Abner pretende.

Sintonia fina

Dirceu Guimarães foi o jogador mais famoso da história do Coritiba. Sem êxito no vestibular de 1973, deixou os estudos de lado para investir na carreira profissional. Esteve em três mundiais e uma olimpíada. Abner, que nasceu em 1996, um ano depois da morte do craque, também veio das categorias de base do Coritiba. O curioso é que no alojamento de Abner, na rua Mauá, havia uma fotografia de Dirceu., espécie de ídolo e anjo da guarda do lateral. O sonho do ponta-esquerda ficou no quase. Jogou no Atlético, quando na verdade queria mesmo era vestir a camisa merengue do Real Madrid.

Que o também canhoto Abner, talvez com fragmentos sutis do ídolo do passado, alcance a mesma projeção internacional que Dirceu conseguiu!

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