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A polêmica da última rodada do Brasileiro foi a suposta falta de fair play (o "jogo limpo") do atacante Willian, do Cruzeiro. Os vascaínos se revoltaram ao final do confronto, um trepidante 5 a 3 para a Raposa, reclamando que o cruzeirense perverteu essa instituição ética tão cara à Fifa.

Vamos aos fatos. Comia a etapa final em Belo Horizonte. Para retribuir uma gentileza anterior do adversário, o avante celeste devolve a bola. No entanto – e aí eu considerei sacanagem – Willian imediatamente pressiona Fágner, que se complica para aliviar. Quase um minuto de disputa pegada se desenrola, a defesa vascaína se recompõe e a bola chega a se oferecer, mansa, para Juninho Pernambucano sair para o jogo. Até que Lucas Silva retoma e dispara um míssil da intermediária para anotar 4 a 3.

Foi aí que os cariocas se enfezaram. Com razão (pouca) e sem (muita). Willian deu uma de malandro-agulha no lance? Deu. O Vasco teve toda a chance do mundo para afastar o perigo e estrilou apenas por ter sido vazado em seguida? Sem dúvida alguma.

A discussão, entretanto, vai bem além. Trata-se de uma boa oportunidade para destruirmos o teatro patético do fair play atual e abordarmos os princípios (ou a falta de) no esporte. Tudo começa pela origem desse tipo de ocorrência, verificada em praticamente todas as partidas. A maioria das devoluções surge de divididas em que nada ocorreu. Contusões nitidamente simuladas para gastar minutos preciosos de olho no resultado. O jogador "atingido" desaba no gramado, urra, se contorce, como se estivesse partindo em direção daquela luz famosa. Por sua vez, o oponente procede com o ato de cavalheirismo e a torcida aplaude. Enquanto isso, o "lesionado" já está refeito na beirada do campo. Ridículo.

Igualmente lamentável é a resposta por vezes "espertinha", como fez Willian. De uns tempos para cá, parece ter melhorado. Ainda assim é comum assistir ao retorno da posse na "podre". A bola é restituída lá na quina da cancha e o time fecha no abafa.

Diante disso, o que fazer? Boa pergunta. Primeiro, urge um "banho de moral" na boleirada, uma campanha contra o fingimento. Como parece pouquíssimo provável uma conscientização geral, resta uma mexida nas regras. Não sei qual a medida ideal, mas três minutos fora do combate para os contundidos é uma ideia.

Atlético na Libertadores

A boa fase do Atlético desperta uma dúvida atormentadora: até onde essa equipe vai chegar? A resposta mais precisa é: não sei (ninguém sabe, desconfie de qualquer previsão). Agora, é possível imaginar algumas coisas. Por exemplo, as dificuldades que o Furacão certamente terá caso perca os zagueiros Manoel e Luiz Alberto. Não há substitutos confiáveis para os dois. Se a diretoria não contratar um zagueiro de porte, pode comprometer eventualmente a ótima campanha até agora.

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