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A disposição por barrar a publicação de biografias não autorizadas vai se estendendo e queimando cada vez mais o filme de uma série de artistas. Alguns, pela completa incoerência, casos de Caetano Veloso e Chico Buarque, outrora combatentes destacados da censura. Outros, em virtude da falta absoluta de noção.

Quem viu a entrevista de Roberto Carlos ao Fantástico, no domingo, entendeu "perfeitamente" o que o ex-brasa quis dizer. Resumidamente, o cantor é a favor da publicação de biografias não autorizadas, desde que sejam autorizadas. Nem o Djavan fez melhor.

O tema pode ser facilmente transportado para o futebol local. E, infelizmente, a situação é ainda mais grave. Por aqui, Paraná, Coritiba e, principalmente, Atlético, vão bem além.

Já há algum tempo o trio vem tentando não apenas escrever a própria história sem qualquer interferência ou discordância. Mas reescrevê-la, sempre com uma abordagem, digamos, um tanto "original".

Por ocasião da confusão entre Palmeiras e a empresa W. Torre na construção da nova morada palestrina, o presidente do Atlético, Mario Celso Petraglia, resolveu recuperar a votação do projeto para a conclusão da Arena. Só para atacar e forçar o entendimento de que ao votarem contra a proposta que apresentou em 2011, atleticanos conspiravam em prejuízo do Furacão.

Passados dois anos, o projeto capitaneado pelo cartola – o qual, na minha visão, foi mesmo a escolha acertada para a Baixada – segue mal resolvido. Mas isto é somente um detalhe, não é mesmo?

O Tricolor, por sua vez, não aprende a lidar com a publicidade de suas dificuldades financeiras – algo natural em se tratando de uma entidade de interesse público. Atrasar os salários, às vezes, parece um problema menor – sempre há uma explicação, como a greve dos bancos. O duro é tudo isso vir a público.

A última do Coritiba diz respeito ao recente abandono de parcela significativa dos sócios. Cinco mil, de acordo com o que o presidente Vilson Ribeiro de Andrade revelou à Gazeta do Povo. A reclamação do dirigente, gravada, é claríssima – e justa, diga-se. Mesmo assim, o clube tentou recriá-la em seu site oficial, reclamando de "distorção" por parte do jornal.

Tudo isso compõe o "plano de oficialização" das informações no futebol (as aspas são porque se trata de um movimento totalmente desorganizado, magrinho de fundamento e, especialmente, criatividade). É só censura, desejo idêntico ao dos figurões da nossa música.

E, infelizmente, alguns torcedores caem nessa lorota. O caminho, obviamente, é em sentido contrário. Para evitar quaisquer dúvidas, e mesmo eventuais equívocos da imprensa, quanto mais liberdade e diálogo, melhor.

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