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O Atlético prepara uma revolução nas suas categorias de base. Até sexta-feira, o clube deve anunciar uma nova divisão etária das equipes de formação. Saem as categorias sub-17 e sub-20, entram o sub-18 e sub-23. O primeiro impacto será a retirada do Rubro-Negro do Paranaense júnior, cujo arbitral ocorre esta semana, informação trazida ontem à tarde pelo twitter da Rádio Banda B. O passo seguinte será abrir mão da vaga no Estadual juvenil, com arbitral marcado para daqui a duas semanas.

O diretor de futebol profissional do Atlético, Sandro Orlandelli, confirmou à coluna a intenção de reclassificar as divisões de base. A alteração só não é 100% certa porque ainda estão sendo discutidos os últimos detalhes da criação do departamento sub-23 e o novo método de trabalho das categorias de formação no CT do Caju. "Estamos alinhando o nosso trabalho de base ao que é feito na Europa", disse Orlandelli.

Realmente há países e clubes europeus que seguem um escalonamento etário diferente do consagrado pela Fifa. Na In­­glaterra, que Orlandelli conhece bem pelo seu trabalho de olheiro do Arsenal, a última divisão de base é a sub-18. Acima disso, há os reservas, sem limite de idade e com campeonato próprio. É a versão britânica dos aspirantes, tão comuns no Brasil há algumas décadas.

O Barcelona também define o sub-18 como teto para as categorias de base. Acima dele há o Barcelona B, com jogadores sub-23, disputando a Segunda Divisão espanhola. A Inglaterra não é referência em categorias de base, mas o Barça usa seu expressinho para lustrar suas joias, estejam elas em campo ou no banco – Guardiola treinava o time B antes de substituir Rijkaard. Escrevo isso para dizer que somente na prática será possível medir o acerto da medida do Atlético.

Passando da informação para a opinião, o que me preocupa na extinção do sub-20 é colocar garotos de 19 anos, ainda em formação, no mesmo balaio que um atleta de 23, já pronto física e tecnicamente. Questionei Orlan­­delli a respeito. Segundo ele, questão de ponto de vista, pois o garoto de talento, mesmo com 18, 19 anos, irá se sobressair, seja no sub-20, seja no sub-23.

Este pensamento me lembra um pouco o de Mário Iramina, presidente do PSTC. Certa vez, ele me disse que se um jogador não estiver pronto aos 18 anos, é melhor esquecê-lo. Não há maneira de salvá-lo. Pode até ser regra, mas há exceções. (Alguém aí falou Leandro Damião e Dedé?)

Outro ponto que não pode ser desprezado é a agenda de amistosos e torneios fora do Brasil que deve ser montada para a equipe sub-23. A partir de 18 anos, qualquer jogador está apto a se transferir para outro país. Sem um calendário sub-20 a cumprir, o Atlético pode dar mais experiência aos seus jovens ao mesmo tempo em que os exibe a potenciais compradores estrangeiros.

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