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A guerra pelos direitos de transmissão encaminha-se para um acordão. Hoje São Paulo, Internacional e Atlético devem assinar com a Globo, e o que chegou a se apresentar como uma nova ordem no futebol brasileiro acabou como aquelas faxinas de fim de semana, em que se arrasta as cadeiras para o quintal e depois recoloca-se todas exatamente no mesmo lugar. Cotas definidas, é hora de fazer um balanço sobre quem ganhou ou quem perdeu. E a dupla Atletiba tem o que comemorar.

O Atlético olha com entusiasmo para o desfecho da negociação. Marcos Malucelli deve colocar sua assinatura em um contrato que dá mais dinheiro ao Furacão do que ao Coritiba, algo que cria condições de reduzir a desvantagem que hoje claramente existe para o rival. Tecnicamente, alega-se o peso da presença da Arena na Copa – seria de fato estranho ter um dos estádios do Mundial à margem das exibições do Brasileiro – e a permanência já de 16 anos na Série A.

Politicamente, não há como dissociar o sucesso na negociação dos parceiros que o Furacão teve no período de resistência ao lado do Clube dos 13. E mesmo aquele atleticano que (com razão) reclamou do assédio são-paulino a Dagoberto, Jancarlos ou Aloísio terá de admitir que sem o peso do clube paulista e do Inter, não seria possível conseguir um patamar exclusivo na pirâmide das cotas.

Mesmo que fique efetivamente alguns poucos milhões abaixo do rival, o Coritiba não tem do que reclamar. O clube não conseguiria se alinhar ao grupo do Clube dos 13 por já ter escolhido ser oposição a Fábio Koff na eleição do ano passado. E se era para negociar sozinho, melhor fazer isso no começo, com o talão de cheque do pagador ainda cheio.

Do lado perdedor, claramente fica o C13. A entidade nos últimos anos serviu apenas para tratar de direitos de transmissão, que agora os clubes descobriram que conseguem negociar sozinhos. A criação da liga parece ser um caminho inevitável e os clubes também não precisam do C13 para isso.

Vale o quanto custa?

Especialistas em mercado publicitário têm olhado com os olhos arregalados para o dinheiro en­­vol­­vido nas negociações dos di­­rei­­tos de transmissão dos Bra­­sileiros de 2012 a 2014. É consenso que não há, hoje, intenção dos anunciantes em investir em es­­porte que corresponda a tudo que será pago aos clubes. Há o benefício indireto em ter a exclusividade do maior torneio de futebol do país. Mas dentro de campo o Brasileiro justifica tanto investimento?

Legado

E a terceira pista do Afonso Pena deve ficar pronta para a Copa do Mundo... da Rússia. Ótimo mo­­mento para ouvir aqueles que dizem valer qualquer investimento público em estádio ou o que seja, pois o benefício em infraestrutura para o país será imenso. Infeliz­­mente, pouco a pouco, o povo brasileiro vai vendo que foi enganado mais uma vez.

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