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O Coritiba levou dez anos, entre 1995 e 2005, para tomar o caminho de volta à Série B. Agora, corre sério risco de, em 2015, encarar a quarta temporada de Segundona em dez possíveis. É certo que o Brasileirão diminuiu de lá para cá, o que deixa times médios no cenário nacional mais sujeitos ao rebaixamento. Mas o Coritiba também encolheu. Se cair de novo, deixa de ser um time de Primeira Divisão que às vezes cai para fixar-se como iô-iô. O próximo passo na escala involutiva é tornar-se um time de Segunda que às vezes aparece na primeira.

A própria torcida coxa-branca parece conformada com esse caminho. Há uma passividade incômoda diante dos três anos seguidos em que o Coritiba forma uma equipe pior que a anterior. Quase um conforto mórbido em passar pela Bezona, série em que o Coxa vira Corinthians e da qual tem saído para um bom ano de retorno na elite.

Contentar-se com isso, mesmo que inconscientemente, é assumir-se como pequeno. Da mesma maneira que viver em um permanente estado transitório é assumir-se como pequeno. Titulares contra o Flamengo, Baraka, Germano e Zé Love têm contrato com o Coritiba até dezembro. Hélder, que entrou durante o jogo, também. Assim como Élber, no banco durante os 90 minutos. E Welinton, impedido de jogar por questão contratual. E Martinuccio, aquele que ainda arrisca ir embora sem ter efetivamente chegado. Também Celso Roth, com sua estrelada comissão técnica de R$ 300 mil, mais bônus por conquistas cada vez mais distantes de serem alcançadas.

Oito soluções que o Coritiba buscou ao longo da temporada não estarão por aqui em 2015, seja para tentar uma campanha minimamente vitoriosa, desfrutar de uma cada vez mais distante Libertadores (via Copa do Brasil) ou encarar a cada vez mais real Série B. Mesmo o presidente do clube (ao menos oficialmente) está de saída. Vilson Ribeiro de Andrade diz a todo mundo que pergunta que encerra sua missão no futebol em dezembro. Os demais membros do G-5 alviverde não aparecem, nem o Conselho Deliberativo. Mesmo com mais atribuições no cenário nacional, Vilson é, mais do que nunca, o epicentro do poder no Alto da Glória. A movimentação política do clube também é tímida. Quem, nos bastidores, se anima a desenvolver um projeto para dirigir o Coxa, se assusta ao passar uma lupa nos números e esboçar o futuro. Lembram os socorristas que congelavam perto da Williams destroçada de Senna na Tamburello, em 94. Sabiam que precisavam fazer algo, mas a visão era tão assustadora que não conseguiam se mover.

Esse é o Coritiba de hoje. Inerte, a caminho de mais uma Série B. Obviamente, o clube não tem como, a curto ou médio prazo, brigar lá em cima consistentemente. Mas como 13.ª receita do futebol brasileiro, precisa assumir ao menos a condição correspondente ao seu caixa: um time de meio de tabela, que espeta lá em cima quando tudo dá certo e sofre lá embaixo quando tudo dá errado. Um papel secundário, que mesmo assim parece inalcançável para o Coritiba atual.

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