A eleição da FPF acabou, mas nunca termina. Fora os desdobramentos judiciais da reeleição de Hélio Cury, há todo o burburinho das doações da dupla Atletiba à campanha de Ricardo Gomyde.

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Uma fonte bastante ativa na campanha justificou o investimento como uma aposta na reformulação do futebol paranaense. Por esse raciocínio, o retorno com a eleição de Gomyde pagaria com sobras o dinheiro colocado na frente. O raciocínio é válido, mas faz perder sentido a ação de Rogério Bacellar de repor os R$ 200 mil que saíram dos cofres do Coxa. Se o clube tinha convicção de que poderia ganhar mais que os R$ 200 mil investidos na campanha, que bancasse a ideia e, no caso, assumisse o prejuízo. O mesmo vale para os R$ 600 mil do Atlético – que, frise-se, fez exatamente isso.

No fim, Bacellar decidiu devolver a partir do momento que a história vazou. Do que se conhece do presidente, a intenção foi evitar polêmica ao repor os cofres do clube. Na prática, porém, a teoria tem se aplicado de forma bem diferente. Ainda há várias perguntas sem resposta, como quem autorizou a movimentação, como o dinheiro foi tirado e qual a finalidade. O recuo demonstra falta de convicção. Leva à conclusão de que, se o caso não tivesse vazado, não teria sido devolvido um centavo.

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Aliás, se a auditoria judicial apontar irregularidade na gestão Hélio Cury, for convocada nova eleição e Gomyde vencer, o Coritiba devolverá o dinheiro ao seu presidente? Por fim, Bacellar fica com um passivo de R$ 200 mil com o clube. Duvido que cobre algum dia, não combina com o perfil dele, muito parecido com o de Jair Cirino. Mas um clube profissional não pode, em 2015, ficar com débito com o seu presidente. E além disso tudo, há uma questão bem prática: Coritiba e Atlético estavam em condições de torrar essa grana na campanha da FPF?

Flores

Se erraram na doação de campanha da FPF, Petraglia e Bacellar mandaram bem na reunião da CBF. O primeiro por defender perante os pares a ideia da liga, caminho obrigatório para o futebol brasileiro chegar ao profissionalismo. O segundo, pela enquadrada em Eurico Miranda. É o tipo de atitude que esperamos.

Rojão

Em nome de uma rotina um pouco mais regrada, deixo de ocupar este espaço de opinião às terças e sextas. Sigo distribuindo minhas pedradas no Intervalo (impresso e virtual). Portanto, mantenham os capacetes bem presos.