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A imagem de dirigentes de Atlético e Coritiba segurando um a camisa do outro time é simbólica. Quem não viu, é só voltar à primeira página da Esportiva impressa ou navegar pelo site. Foi tirada ontem, durante o anúncio do patrocínio da TIM aos dois clubes. É o primeiro resultado visível de um prometido tempo de parceria fora de campo entre os dois clubes, embora não seja necessariamente o primeiro passo.

Ano passado, Vilson e Petraglia jantaram em São Paulo para discutir maneiras de melhorar a participação dos clubes no rateio da receita de pay-per-view do Campeonato Brasileiro. A chama foi mantida por Bacellar, que esteve com Petraglia há poucos dias. Os movimentos mais significativos ainda estão por vir. Seja com a tentativa conjunta de renovar o patrocínio máster com a Caixa. Seja pela prometida tabelinha para alavancar o número de sócios.

A essa altura, o leitor já pergunta: ok, mas e o Paraná nessa história? Fiz essa pergunta ontem, no evento da TIM, até porque na sua ação anterior no futebol local, a operadora pôs a marca na camisa dos três. A questão causa algum constrangimento, pois a resposta completa que precisa ser dada é dura. Não faz sentido, hoje, colocar o Paraná no mesmo balaio da dupla Atletiba.

Os clubes estão consolidados em divisões diferentes. Atlético e Coritiba são times de Série A com passagem (singular para o Furacão, plural para o Coxa) pela Série B. O Paraná é um time de Série B. A torcida total do Paraná é menor. A média de público, idem.

Para determinadas ações, não funciona juntar os três. Se forçar a mão, há três caminhos inevitáveis: o negócio emperra, a dupla Atletiba ganhará menos do que valeria ou a fatia do Paraná será desproporcional – o que, lógico, seria um problema de quem paga, não do clube.

Se realmente levarem a sério a ideia da parceria de negócios, Atlético e Coritiba têm condições de elevar suas receitas e brigar em um nível mais alto no futebol nacional. É o tempo para o Paraná organizar a casa e romper o ciclo em que, por mais barato que o time formado seja, sempre é caro demais para os cofres tricolor. Com um mercado fortalecido pela dupla, o próprio Paraná (organizado) terá condições de crescer sobre um terreno fértil com potencial para se expandir pelo interior, com Londrina à frente.

Claro, pelo caminho haverá ações em que caberá puxar o Paraná e mesmo alguma força do interior para o mesmo barco. Na maioria dos casos, será perda de tempo e dinheiro. O caminho para o crescimento passa, inevitavelmente, por conhecer o próprio tamanho. Atlético e Coritiba já se veem como forças médias no cenário nacional e tentam crescer a partir daí. Se o Paraná assumir a sua real dimensão, também estará dando uma guinada na sua história.

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