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O Atlético pediu ao BNDES mais R$ 35 milhões em financiamento para a obra da Arena da Baixada. O dinheiro será empregado no teto retrátil que cobrirá o estádio.

Agora, são R$ 170 milhões financiados pelo BNDES para o Caldeirão rubro-negro, menos da metade da linha de crédito de R$ 400 milhões que o banco estatal abriu para cada estádio do Mundial, no programa ProCopa Arenas. O teto retrátil não está entre as exigências da Fifa para um estádio de Copa do Mundo.

Mário Celso Petraglia afirmou categoricamente na CPI da Assembleia Legislativa que qualquer custo extra seria coberto por quem o provocasse – no caso do teto, o Atlético.

Como o BNDES não pode fazer empréstimo diretamente para clubes de futebol, é natural que também esse dinheiro novo passe pela Fomento Paraná, mesmo que o seu pagamento seja de responsabilidade total do clube.

Todas as premissas acima são verdadeiras e a sua combinação indica, sem muita margem, que não há problemas no novo empréstimo requisitado pelo Atlético. O teto retrátil é um artifício que permitirá ao clube melhorar o uso do seu estádio. Em Curitiba, qualquer evento que dependa do clima para desenrolar-se naturalmente está imediatamente sob risco de fracasso. E o Atlético tem um parceiro forte, a AEG, que endossou a instalação do teto retrátil e encorajou a tomada do empréstimo com base em planilhas que indicam em quanto tempo o clube irá recuperar o que está se comprometendo a pagar pelo teto.

Tudo isso, claro, na teoria. Pois na prática, como qualquer compromisso assumido em relação à Copa do Mundo de 2014, é necessário esperar até o último centavo voltar aos cofres públicos para respirar aliviado. E isso não tem nada a ver com o Atlético. É a maldita cultura nacional de tratar o dinheiro público como algo que não é de ninguém, quando na verdade é de todo mundo.

Já escrevi diversas vezes neste espaço que temo por uma anistia futura da dinheirama pública derramada na Copa. Algo que certamente não partirá por causa do Atlético ou de Curitiba, personagens pequenos em um jogo com atores mais proeminentes e influentes. Mas que, se aberta a porteira, atenderá a tudo e a todos, sem restrição nem pudor.

E se os empréstimos forem honrados devidamente – e tomara que sejam –, o Atlético também deve cuidar com sua ambição. Uma dívida considerável ficará para o clube pagar e o dinheiro da quitação deve, obrigatoriamente, do estádio, como indicam as planilhas norte-americanas que há meses fazem parte da rotina rubro-negra. Mesmo para quem há duas décadas não tinha nada deve haver um limite para o crescimento patrimonial sacrificar a bola.

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