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A falta de um camisa 9 confiável é o que impede o Atlético de trocar a faixa da Sul-Americana pela da Libertadores. Essa carência ficou mais evidente esta semana, quando Sérgio Soares inventou de escalar Nieto. Contra o Vasco, ele conseguiu cabecear para fora, na frente do goleiro, no último minuto do jogo. Ontem, na Vila Belmiro, pateticamente tentou acertar de cabeça uma bola rasteira. Lembrou Marcelo Araxá, folclórico atacante rubro-negro dos anos 90.

Sem ter a quem recorrer lá frente, fica fácil se perder quando algo dá errado. O jogo acabou na reclamação de pênalti em González sucedida pelo primeiro gol santista. A defesa, que marcava Neymar com precisão e na bola, se desarrumou e começou a fazer falta em cima de falta. No ataque, Branquinho, que infernizava o Santos mesmo voltando de contusão, não segurou o ritmo. Ah, se houvesse um camisa 9...

Sobe quando?

O Coritiba sabe o quanto um camisa 9 faz diferença. Leonardo, é verdade, perdeu um pênalti (inexistente), mas a vitória sobre o Bragantino deve-se muito à sua inteligência. Ele pensa mais rápido que os zagueiros. Fez o pivô com perfeição para servir Enrico no primeiro gol e se livrou da marcação com um movimento sutil para esquerda, no lance que resultou no segundo. Desde a saída de Keirrison o Coxa não tinha um 9 tão confiável. Como também é confiável Enrico. Ele está em todos os lugares do campo. Melhorou muito na finalização, sabe aproveitar bem os espaços abertos pelos companheiros.

Agora, são dez pontos de vantagem sobre o quinto colocado. A questão não é mais se o Coxa sobe, mas quando. Meu palpite é 5 de novembro, contra o Ipatinga.

Manchado

O Brasil derrotou a Itália com uma facilidade proporcional à sua superioridade sobre o vôlei italiano de hoje. Embora menor, a vantagem técnica sobre Cuba dá ao time do Bernardinho o favoritismo na final. O tricampeonato, se vier, ficará eternamente manchado pela entregada para a Bulgária, um dia após os jogadores espernearem contra o regulamento e o corpo-mole de outras seleções. Não dá para criticar o sistema e se servir dele. Isso é hipocrisia.

Mito

Vem aí mais uma onda de idolatria a Ayrton Senna, com o lançamento em novembro do documentário Senna. O resgate de imagens da categoria nos anos 80 e 90 é fantástico, vai fazer muito fã de velocidade suspirar. E o ex-piloto merecia uma obra deste porte. A lamentar, o esquecimento quase total de Nelson Piquet e a clara intenção em fazer chorar, tanto no começo quanto no fim do documentário. Senna não precisa disso.

Tostão está de férias até o dia 31/10. Leonardo Mendes Júnior é jornalista, editor da revista ESPN e do blog bolanocorpo.com

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