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Há duas semanas só se fala na negociação de Ronaldinho. Das inúmeras reuniões com o Assis em churrascarias e dos milhões oferecidos ao dentuço, garantidos por patrocinadores misteriosos com carteiras cheias e ávidos por fazer do jogador a cara da sua empresa.

Com a lavagem cerebral provocada pelo noticiário massivo, especulativo e quase sempre inútil sobre a negociação, quando menos percebi já estava pensando nas cifras graúdas discutidas entre picanhas e costelas suculentas. E comecei a imaginar se um negócio desses seria possível no futebol paranaense. Não com um Ronaldinho da vida, claro. Mas um ídolo local, identificado com os nossos clubes, acessível para a elite futebolística do país, mas caro para os padrões paranaenses. Algo como Alex no Coritiba, Klé­­berson no Atlético ou Ricar­­di­­nho no Paraná.

As duas primeiras hipóteses, na verdade, chegaram a ser es­­tudadas. Coritiba e Atlético ve­­ri­­ficaram seus caixas e estudaram o potencial de marketing dos dois meio-campistas. A resposta foi negativa em ambos os casos. Trazê-los seria um risco beirando a irresponsabilidade.

O futebol paranaense não tem lastro para, caso todas as tentativas de patrocínio e ações de marketing deem errado, bancar um salário de R$ 300 mil, R$ 400 mil. A conta não fecha, o clube se endivida. A hi­­pótese de bancar salários com patrocinadores também é ir­­real. Empresas que têm dinheiro para um investimento desse porte não o fariam no mercado paranaense – e não estamos falando de garotos-propaganda dos sonhos – e as empresas que investiriam no mercado local não têm dinheiro para uma operação dessas.

Se aos poucos o futebol brasileiro entra na rota das grandes transferências e cifras, o Paraná ainda está fora dessa nova or­­dem. Enquanto Assis manda descer mais uma picanha antes de encerrar a negociação mais arrastada dos últimos anos, nos falta brasa até para assar uma carne de segunda.

Reestreia

Quando troquei a Gazeta do Povo e Curitiba pela revista ESPN e por São Paulo, em abril passado, não esperava voltar a colaborar tão cedo com o jornal. Então veio o convite para reforçar a equipe da Copa do Mundo, depois a responsabilidade de cobrir as férias do Tostão. Até chegarmos a esta terça-feira, 11 de janeiro, quando estreio coluna fixa no caderno de Espor­­tes. Estarei aqui às terças e sextas-feiras, com o sentimento gratificante daquele filho que tem sua própria vida, mas não deixa de bater ponto na casa dos pais para lembrar de onde veio, matar saudade e filar um bom almoço.

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