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Adriano Imperador é um ex-jogador de futebol com sérios problemas clínicos e extracampo. Sob essa ótica que deve ser vista a sua chegada ao Atlético. Como a chegada de alguém que precisa se recuperar primeiro como pessoa, depois atingir o condicionamento de um atleta e, finalmente, como jogador de futebol.

O Atlético deu um prazo de três meses para que Adriano cumpra as duas primeiras etapas. Sem um contrato assinado, o que elimina o ônus financeiro da aposta de risco. Nessas condições, é uma aposta válida, em que o Atlético não tem muito a perder e algo a ganhar. Se não der certo, é mais um fracasso de Adriano. Se funcionar, o Atlético ganha um atacante de alto nível, mesmo que jogue 30% do que jogou na sua melhor fase.

O maior problema é que o retrospecto de Adriano não indica muita chance de sucesso. As promessas do jogador de mudar sua vida, de retomar a carreira invariavelmente se desfazem diante da primeira tentação. Mesmo fora do Rio. Basta saber o que o Atlético tem a oferecer que possa fazer a história, agora, ter um final diferente.

Cobrança

Há várias broncas de vestiário ao longo da gestão de Petraglia no Atlético. Algumas ficaram para a história. Em 1999, após uma derrota para o Botafogo de Ribeirão Preto, por 2 a 1. Com o tempo, ficou como o ponto de virada para a conquista da Seletiva e a consequente vaga à Libertadores de 2000. Outra, em 2002, no intervalo do jogo com o América Mineiro, pela Sul-Minas. O Atlético virou o jogo, atropelou o Grêmio na semifinal e caiu na decisão perante o Cruzeiro.

É provável que Petraglia tenha buscado repetir esse choque ao descer ao vestiário após a final da Copa do Brasil. Certamente tem o respaldo de uma fatia significativa da torcida, que vê o ato como algo que ele, torcedor, gostaria de ter feito no calor do vice-campeonato. Nada contra um dirigente pensar como torcedor, algo que o aproxima da arquibancada. O problema é agir como torcedor.

Não dá para achar que uma bronca geral no vestiário terá efeito sempre, ainda mais quando a cobrança é desproporcional. Em 2002, fazia sentido cobrar um grupo campeão brasileiro. Agora, qual o sentido de exigir o título de um elenco montado para não cair? Ou qual o sentido de falar em voz alta, no avião, que foi contra a renovação de Paulo Baier. Petraglia não aguentou o rojão de bancar a dispensa do jogador, mesmo com a torcida querendo sua permanência. Jogou para a galera e tem de arcar com as consequências, sem ficar de "eu te disse, eu te disse" no primeiro momento ruim.

E Paulo Baier realmente está devendo. Seu último grande jogo foi contra o Atlético Mineiro, na noite em que renovou o contrato. Brilhou um pouco contra o São Paulo e só. Precisa render mais em 2014 e merece ser cobrado. Com firmeza, mas acima de tudo com respeito.

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