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Os vários anos de péssimas administrações começam, hoje, a cobrar a conta mais pesada do Paraná. Os três meses inteiros de inatividade foram ruins porque privaram o Tricolor do princípio básico de existência de um time de futebol, a disputa de jogos e campeonatos. A overdose de partidas, contudo, tem potencial para arrebentar o clube esportiva e financeiramente.

Do ponto de vista esportivo, é notório que o Paraná não tem um elenco numeroso o suficiente para disputar as duas segundas divisões no mesmo nível. Precisará submeter seus atletas mais importantes ao sacrifício de ir a campo dentro do mínimo intervalo legal – porém imoral – ou entregar a participação no Paranaense aos jovens. O que até pode dar certo em uma competição semiamadora.

Financeiramente, a realidade é simples: cada vez que entrar em campo o Tricolor terá prejuízo. Uma partida de hoje, contra o Júnior Team, por ser estreia, e os mata-matas, são exceção, os únicos em que dá para esperar um público que ao menos empate as despesas. Fora isso, rendas deficitárias, despesas de viagem e a sangria mais acentuada de um cofre em que já não há muito dinheiro. O risco de a infecta disputa estadual minar a saúde paranista para a Série B nacional deve ser considerado e combatido.

O Paraná precisará de sorte, equilíbrio financeiro e da mobilização irrestrita da torcida para sobreviver aos três próximos meses. Se conseguir, aí sim, o Tricolor estará pronto para voltar a crescer de forma mais consistente, a partir de 2013.

Mudanças

Vários companheiros escreveram sobre o absurdo de assistirmos a três meses ininterruptos de (mal) futebol para chegar ao desfecho que já se sabia, Coritiba e Atlético na final. Concordo e vou um pouco além. Qualquer esforço para manter os estaduais, mesmo mais enxutos, é nocivo e inútil. Sob a desculpa de dar uma sobrevida aos clubes do interior, insiste-se com um formato que mata qualquer possibilidade de os nossos times – da capital ou do interior – crescerem de fato.

Basta ver que 2006, quando o Brasileirão passou a ter apenas 20 clubes, foi o ano em que o Paraná deixou de ter três clubes na Série A. E 2012 será a segunda temporada neste período com somente um representante na elite. Não é coincidência. Os estaduais obrigam os clubes a investirem menos no começo do ano, afinal, terão receitas menores. Perdem boas oportunidades de contratação e tempo para entrosar o time. Se veem obrigados a remendar elencos mal formados a poucos dias da estreia no Nacional, sem o mesmo fôlego financeiro de paulistas e cariocas. Assim, brigar para não cair vira regra. Um torneio regional, mais rentável e forte tecnicamente, ajudaria a reduzir esse desnível. Duro é convencer as federações a assumirem um papel secundário.

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