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Trocar Geninho por Adilson Batista era a opção lógica para o Atlético. A melhor maneira de achar o caminho de saída do labirinto que é o 2011 rubro-negro. Ambos têm identificação com o clube, com a diferença de que Geninho claramente já não tinha mais a oferecer.

Adilson ainda tem um propósito pessoal. Demitido por Corin­­thians e Santos após pouco tempo no emprego, precisa de um bom trabalho, em um ambiente que lhe seja familiar, para provar que é o grande técnico que sempre indicou que poderia ser e não apenas mais um traque. Hoje parece piada, mas Mauro Fernandes já foi apontado como o novo Luxembur­­go, quando ninguém tinha dúvida de que essa comparação era um elogio e tanto.

Escrevi dias atrás que não valia a pena bancar o desgaste de manter Geninho no cargo, ainda mais com Adilson disponível. Mais atrás, critiquei o claro populismo da diretoria em contratar Geninho. Um cala-boca para a torcida, que via os erros na montagem da equipe refletidos em campo.

Porém muito mais errado do que trazer Geninho de volta e mantê-lo foi a condução da sua demissão. Se o treinador não tivesse história no clube, já seria errado definir a dispensa antes de um clássico e só avisá-lo depois. Sendo com Geninho, o desrespeito torna-se um crime contra o próprio Atlé­­tico. Geninho ajudou a conquistar o título mais importante da história do clube e topou o desafio de evitar um rebaixamento que muitos – eu inclusive – davam como certo.

Marcos Malucelli deveria chamar Geninho na sua sala e mandá-lo embora pessoalmente, explicar que naquele momento era melhor ir atrás de outro técnico, agradecer pelos serviços prestados, etc. Em vez disso, nem tocou no assunto no sábado, quando esteve com o treinador no CT do Caju, e deixou a missão para Valmor Zimmermann.

É absurdo, mas contava-se com uma derrota no clássico, o que tornaria a demissão mais aceitável. Faltou "combinar" com o time, que inventou de ganhar e jogar bem. O Atlético de hoje, mesmo quando acerta, consegue fazer errado.

Geninho ficou com lágrimas nos olhos quando foi comunicado da sua demissão. Lembrou-se das propostas que recusou em 2008 para ficar no Atlético e de ter aceitado o desgaste de bater de frente com Petraglia no começo de 2009, para preservar a nova diretoria do embate com o ex-presidente.

Uma pergunta

Por que Adilson aceitou negociar com um clube que tinha técnico empregado? Ele precisará ter uma resposta muito boa na manga para não reforçar a coleção de erros nessa atrapalhada troca de comando, nem ficar com o nome sujo entre seus colegas de profissão.

Reforços

Um zagueiro, um lateral-direito e um volante. É certo que Adilson receberá reforços para estes setores. O novo treinador herdará a missão de avaliar e limpar o elenco. Depois disso, novas posições podem entrar na lista.

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