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Calhou de a CBF pôr o Paraná para estrear na Copa do Brasil em um dos estádios mais importantes da história política nacional. Foi no campo do São Bernardo, na Vila Euclides (hoje Estádio 1.º de Maio), que Luiz Inácio Lula da Silva começou a construir a carreira que o levaria, duas décadas e meia depois, à Presidência da República.

Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos no fim dos anos 70, Lula usava o gramado da Vila Euclides para seus discursos sindicais. Subia em uma mesa fincada no círculo central, de onde discursava para plateias que variavam de 60 mil a 100 mil pessoas, todas vigiadas por helicópteros da polícia que davam rasantes atrás de qualquer traço de desordem. Você pode até ser contra os princípios políticos de Lula ou o que ele fez na Presidência, mas é inegável seu papel na história democrática do país. E, por consequência, o peso histórico do Estádio 1.º de Maio, que certamente receberá mais de 9 mil pessoas na quinta-feira – a média do clube no Paulistão sem contar os jogos com os grandes.

O Paraná, porém, não terá muito tempo para refletir sobre as transformações desencadeadas naquele pedaço de grama. Terá pela frente um dos adversários mais duros que poderia enfrentar nesta fase da Copa do Brasil e um bom parâmetro para a Série B.

Como todo o time pequeno ou médio do Paulistão, o São Bernardo tem investimento e time de Segundona nacional. Wilson, Daniel Marques, Fernando Lombardi, Dudu, Wagner Diniz, Michael e Fernando Baiano são jogadores que, certamente, estarão na B deste ano.

O Paraná precisa tomar cuidado com o quarteto ofensivo do São Bernardo. Michael (exCoritiba) é o armador central. Bady (o homem das bolas paradas) e Gil (uma ótima pedida de velocidade para os times paranaenses) caem pelos lados do campo. Tudo para servir a Fernando Baiano, o homem de referência. A saída de bola, com Dudu, é deficiente. Como também é deficiente o posicionamento dos zagueiros, que sempre deixam um buraco na defesa.

A velocidade de Júlio César e Carlinhos, se bem calibrada pelos lançamentos de Lúcio Flávio, é a chave para aproveitar esses espaços na defesa adversária. Também a bola alta, fundamento em que o São Bernardo tem dificuldade e o Paraná conta com Anderson e Alex Alves.

Outra arma paranista é o poder de mobilização de Toninho Cecílio. O treinador tem a capacidade de manter seu time em altíssima voltagem para os dois confrontos, algo fundamental para um torneio mata-mata, mas que dificilmente se sustenta na maratona dos pontos corridos. É um paradoxo, mas ao mesmo tempo em que não parece ser o cara para dirigir o Paraná na Série B, Toninho é perfeito para comandar uma boa campanha tricolor na Copa do Brasil.

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