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Ano passado, o Coritiba perdeu por 2 a 1 para o Criciúma, em casa, a três rodadas do fim do Brasileiro. Era um confronto direto. A derrota deixou o Coxa na zona de rebaixamento, com a mesma pontuação que o Fluminense, o primeiro do outro lado da fronteira. Escrevi e falei que, naquela noite, o Coritiba foi moralmente rebaixado. Escapou na matemática, em decorrência de um plano de emergência deflagrado naquela noite. Uma noite que, de mais desastroso que a derrota em si, teve o presidente do clube cobrando em entrevista vergonha na cara dos jogadores.

O Coritiba renasceu e ganhou sete dos nove pontos que restavam porque desenterrou uma série de clichês. "Criou um fato novo" ao trocar Chamusca por Tcheco. "Fechou o grupo" com os mais experientes dando respaldo a Tcheco e trazendo a responsabilidade de salvar o time para dentro do vestiário. "Jogou pela família e pela torcida", porque "mais ninguém acreditava" neles.

Este ano, a distância matemática é, novamente, o menor dos problemas. Tirar dois pontos em nove rodadas é matematicamente simples. O Coritiba, porém, adquiriu o magnetismo dos rebaixados. O nível do jogo melhora, acontecem algumas vitórias, mas o time, na prática, não sai do lugar. Algumas carências do elenco não podem ser resolvidas, seja por falta de tempo ou impossibilidade de inscrever jogadores. A dicotomia salário atrasado é sinônimo de derrota / salário em dia é sinônimo de vitória não se aplica. O Coritiba venceu no ápice da crise de salários e foi goleado em meio à quitação dos atrasados.

O jeito será, novamente, abrir a caixa de clichês. E de quebra sabendo que um deles não faz o menor sentido. Marquinhos é o cara certo para comandar o Coritiba; o time joga bem mais com ele do que com Roth. Ou seja, não há "fato novo" a ser criado no banco de reservas.

Fora isso, o caminho será inevitavelmente buscar inimigos externos, fechar o grupo em torno de um objetivo comum (e o Atletiba deu a letra de que talvez seja não deixar Alex parar com um rebaixamento), jogar pela família, pela torcida e pela honra, porque se trata de um grupo de homens de caráter. Discurso muitas vezes vazio para quem vê de fora, mas certeiro dentro do futebol. Em algumas situações, é só o que resta para um time se agarrar. É a situação do Coritiba.

A dúvida

O Londrina é, desde 2011, o único time do estado que, ano após ano, dá um passo à frente, sem regredir em momento algum. No Estadual, subiu de divisão e foi crescendo até ser campeão. No futebol nacional, bateu na trave na primeira e subiu na segunda tentativa na Série D. Tem o mesmo técnico há mais de três anos. É comandado por um empresário do futebol, obviamente interessado em, no fim do ano, ter jogador para vender e dar lucro. O caso não é único no futebol nacional, o que leva a uma questão obrigatória: há outro caminho de sucesso para times de um determinado porte? E outra: o Paraná chegou a esse tamanho ou ainda é daqueles clubes capazes de crescerem por si só?

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