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Enquanto estávamos on­­tem naquele calor do calçadão de Londrina, al­­guns motoristas de táxi que têm ponto ali se aproximaram, puxando conversa. Um deles, em particular, insistia em repetir: "que não passe de três", referindo-se ao placar do jogo da noite, não imaginando outro resultado que não a vitória do Coritiba. E quando perguntei se ele estava engajado na campanha de recuperação do Londrina, veio com essa: "Se o time pegar no jeito, a cidade embala e vai atrás. Mas acho que ainda não vai ser dessa vez. Por enquanto fico com o meu Palmeiras".

E é esse o ponto que pega. Dentre os presentes ao Estádio do Café, era previsível a presença de um grande número de torcedores com camisas de outros clubes. Paulistas, todos, pela forte influência que a cidade sofre desde os tempos da fundação. Difícil encontrar por aqui alguém identificado com outro time que não seja paulista. E nem mesmo o Londrina sensibiliza, pois este sim seria a única equipe capaz de balançar a preferência clubística de quem é da região.

Como já ocorreu lá atrás, em tempos passados, nos momentos de glória do grande Tubarão, terceiro colocado no Campeonato Brasileiro de 1977. Cobri aquela campanha vitoriosa e hoje sinto a diferença de tratamento que a cidade dá ao seu próprio representante. Naquele tempo, todos torciam para o Londrina e tinham um segundo time, paulista. Mas no confronto direto eram Tubarão, sem conversa. Hoje, aqueles poucos que vão a campo com a camisa londrinense vacilam ao responder para quem torceriam no embate contra o preferido de fora.

"Aquele time nos dava orgulho. A gente enchia o peito e mostrava a camisa" – disse-me um dos interlocutores do calçadão. Ele está entre os que torcem para que ainda possa dar certo essa retomada pela qual tantos esperam, pela qual a cidade anseia, para finalmente poder recuperar a identidade no futebol.

Depois de tantas humilhações, tantos descaminhos e tantos sofrimentos nos últimos anos, parece que todos estão anestesiados. Mas, no fundo, o que mais desejam é sair por aí, a toda voz, gritando "Tubarão ê ô".

A vez de Ligüera

Parecia tratar-se de um velho conhecido de todos. Do time e da torcida. Mas era somente a es­­treia do uruguaio Martín Ligüe­­ra, que jogou por apenas 30 mi­­nutos e mostrou-se entrosado e aclimatado com o novo time. Coincidência ou não, a partir de sua presença em campo o Atlético decolou, chegando com facilidade ao placar de 4 a 0. Li­­güera fez o dele e participou diretamente de outro, depois de um primeiro tempo em que o time por pouco não passou em branco, não fosse um gol de Deivid nos instantes finais.

O Toledo ofereceu resistência enquanto pôde, mas o Atlético reencontrou o caminho e garantiu mais uma vitória no campeonato.

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