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Dessa vez até mesmo Adriano perdeu a paciência. Dias atrás havia solicitado ao comando técnico do Atlético que fosse aproveitado em algumas partidas do Campeonato Paranaense para que pudesse ganhar ritmo. Pedido coerente, pois ficar só treinando não dá o condicionamento necessário a nenhum jogador – e o próprio Atlético foi exemplo, no ano passado, quando entrou sem embalo no Campeonato Brasileiro e demorou oito rodadas para obter o necessário entrosamento.

Mas a solicitação do atacante não foi atendida. Menos por razões técnicas e mais pela convicção de seus dirigentes, que não admitem dar o braço a torcer em relação ao campeonato doméstico. Vale a pena sacrificar o ritmo de jogo de uma estrela que poderia voltar a brilhar em troca de uma posição de birra mantida para não admitir a mínima utilidade da competição paranaense.

E Adriano fica assim, sem poder atuar em partidas de menor envergadura, enquanto é poupado dos jogos mais importantes, "por ainda não ter ritmo de jogo suficiente". Incoerência, claro, mas com o prejuízo voltado exclusivamente para o próprio clube, que demonstra não estar sabendo aproveitar o possível potencial que tem em mãos.

Contra o Vélez Sarsfield, em Buenos Aires, a situação em campo estava difícil. O time, mal escalado pelo técnico Miguel Portugal, não tinha ligação entre defesa e ataque e, embora contasse com cinco volantes em campo, oferecia bom espaço para a exploração de jogadas do adversário. O placar era desfavorável, 2 a 0. O tempo ia passando e nada de Adriano ser chamado. Esperava-se que desta vez ele tivesse um pouco mais do que os oito minutos da primeira partida, que pelo menos lhe dessem uns 15 minutos, compatíveis com a sua "falta de ritmo", já que não havia permissão para seu aproveitamento no time alternativo.

Adriano entrou aos 37’ do segundo tempo. Com as feições fechadas, cara amarrada, visivelmente contrariado com a situação. Dois minutos a mais, apenas, do que na partida de estreia. E não teve tempo, claro, de participar do jogo, a não ser por uma isolada tentativa de cabecear.

O Vélez é um bom time, era o favorito, mas não esteve em seus melhores dias. Poderia, sim, ter sido surpreendido, caso o Atlético tivesse um mínimo de organização tática (o que, até agora, não parece ser o forte do técnico espanhol) ou se dispusesse a melhor aproveitar seu talismã, que, a rigor, ainda não foi exigido nem testado. É um desperdício, mas por lá é assim que as coisas funcionam.

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