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Entrevistado há algumas semanas no programa “Bem, Amigos”, do SporTV, Paulo Autuori declarou interesse em mudar de área para continuar trabalhando dentro do futebol. Algo como gestão, administração, mas não mais como simples treinador – foi o que disse.

Bem a propósito dessa nova postura foi o plano de trabalho que elaborou para o Coritiba, quando a diretoria atual ainda se preparava para disputar eleição, da qual seria vencedora. O projeto dele e do professor João Paulo Medina não foi implantado, naquela pressa que o futebol tem para resolver suas coisas. Mas pelo menos a ideia havia sido lançada e os novos caminhos a serem abertos para o profissional também.

Agora, paradoxalmente, Autuori se apresenta para conduzir o maior rival, o Atlético, a novos desafios e é de se imaginar que assumindo funções que devem ir muito além do simples trabalho de treinador, função da qual ele parecia já ter desistido. Se o clube não tivesse oferecido essas condições de trabalho, dificilmente teria aceito – é de se imaginar.

É um estudioso do futebol, que vai muito além dos gritos de vestiários e de choques emocionais para fazer o time andar. Estudou lá fora – foi um dos primeiros – e trouxe novas ações para o trabalho, nem sempre compreendidas ou aceitas por dirigentes ou jogadores, acostumados com o semiamadorismo na prática diária do futebol nacional.

A vinda de Paulo Autuori marca uma nova postura da diretoria atleticana, que parece, finalmente ter mesmo se voltado para o futebol. Até dia desses o expediente era contratar treinadores promissores, na esperança de poder revelar algum deles crescendo junto com o clube no ranking nacional. Algo como repetir o “efeito Vadão”, lá da virada do século, quando o então quase desconhecido profissional assumiu a equipe e conseguiu a primeira participação na Libertadores.

Não funcionou. Resultados expressivos só com técnicos experientes, como Antônio Lopes, finalista da Libertadores.

Autuori vem para quebrar esse ciclo de laboratório e para moldar a nova identidade do Atlético, juntando os talentos da casa com reforços que certamente virão.

Experiências

Em princípio o jogo não vale nada, a não ser para cumprir tabela. Mas a oportunidade é boa e o Coritiba vai aproveitar bem, lançando um time de meninos para enfrentar hoje o Avaí, pela Primeira Liga.

O técnico Gilson Kleina ainda paga pela falta de melhores opções no momento de substituir e um jogo como esse de hoje serve para avaliar alguns de seus reservas, verificando como se comportam em partidas oficiais e não apenas nos treinos de rotina – onde muitos surpreendem e depois não correspondem jogando.

Talvez o Coritiba descubra dois ou três bons reforços em seu próprio grupo.

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