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Foram eles que marcaram o ano no futebol paranaense. Referências reconhecidas nas duas principais equipes daqui, decidindo partidas e comandando os demais companheiros em campo. Paulo Baier e Alex, bem próximos dos 40 anos, fizeram a diferença nas campanhas de Atlético e Coritiba na temporada.

Tiveram, sim, seus momentos de baixa. Alex quando teve o problema no pé, e com sua volta antecipada pela necessidade de tê-lo em campo, não conseguiu mais brilhar como até então, caindo com o Coritiba até próximo à zona de perigo. Mas até ali seu toque pessoal havia feito a diferença em importantes resultados conquistados. E o mesmo se deu com Paulo Baier, que passou por um branco nas partidas decisivas da Copa do Brasil. Finais que certamente não teriam sido alcançadas se o velho capitão não tivesse feito a diferença em tantas e tantas partidas anteriores.

Alex estava insatisfeito, cobrava providências e admitiu até a possibilidade de sair. Sabendo o que ele representa para o grupo e para a torcida, a diretoria coxa tratou de lapidar algumas arestas e uma boa conversa resolveu sua permanência por mais uma temporada. Talvez até para a festa de encerramento de sua carreira.

Paulo Baier estava feliz, queria ficar, embora não tivesse resposta positiva em contrapartida. Sob pressão do torcedor, a diretoria anunciou pelo alto-falante do estádio a renovação de seu contrato. Delírio geral na arquibancada. Mas era apenas uma jogada para aplacar a cobrança dos torcedores (lembro-me de ter dito isso aos companheiros da RPC antes de uma transmissão e que tudo seria desfeito ao término da temporada), pois o presidente do clube não esconde de ninguém o desprezo que tem pelo jogador mais importante que passou por ali nos últimos anos.

Pois agora, quando a bola para de correr e as atenções já não são as mesmas, vem a informação: Paulo Baier não vai ficar. Não poderá completar o sonho de jogar no novo estádio na Copa Libertadores da América, a qual ele conduziu o time do Atlético. Não bastasse em outros jogos, decisivo que foi na goleada final sobre o Vasco da Gama, participando diretamente dos três primeiros gols.

Nunca foi campeão aqui – costuma alardear o presidente, que, coincidentemente, também nunca o foi ocupando o cargo. Mas que nem por isso deixa de ser importante para a história do clube. Tanto quanto Paulo Baier, que certamente ainda será muito lembrado daqui para frente, a não ser que um supercraque apareça de algum lugar e resolva tudo.

Paulo Baier foi vítima da ingratidão, tão comum aos homens. Alex foi contemplado pela devoção e pelo reconhecimento, nem sempre comum aos homens. Enquanto um se vai, para deixar saudades, o outro, felizmente, permanece entre nós, para manter o brilho do futebol paranaense.

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