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Na última hora, mais surpresas. Muda o goleiro e o Atlético está pronto para estrear no Brasileiro. Sabe-se lá o que aconteceu e no Atlético é assim, por mais que seja um clube mais parece uma casamata, sociedade fechada. Mas estreou na Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro com vitória e é isso que conta. Ainda que não tenha sido uma partida tranquila, pois o Grêmio dominou o jogo, teve mais posse de bola, mas também, por conta de algumas ausências de titulares, não estava lá com essa força toda.

Mas, cá entre nós, como é ruim de ver esse time jogar. Não por nada, mas é que não tem jogada e a cada dia perde mais jogadores de qualidade. São três volantes protegendo os zagueiros (e isso eles fizeram bem), mas dali para frente não flui mais nada. É chutão e chutão, arriscando pegar, de vez em quando, Marcelo e Éderson numa correria. Marcos Guilherme, talentoso, reconhecidamente, entrou para ser o cara da construção. Mas a bola não chegou nele. E tampouco em Mosquito, que entrou em seu lugar. O Atlético achou o gol em um lance de zagueiro no ataque e ficou nisso. Menos mal que venceu, mas foi muito pouco para o peso do que ainda vem pela frente no campeonato.

Pontos fora

Na sexta, boa vitória do Paraná em São Luís. Mas o time de lá é bem fraquinho. No sábado, empate meio modorrento do Coritiba em Chapecó. Tivesse forçado um pouco mais poderia ter chegado à vitória. Até segunda ordem, empate fora é sempre bom resultado. Não sei se contra a Chapecoense. As rodadas seguintes dirão.

A referência

Começo de carreira, repórter querendo ser narrador, ouvia direto a Rádio Nacional de São Paulo (que mais tarde seria Globo). Era um time muito respeitado e equilibrado. Pedro Luiz e Mário Moraes (já veteranos) formavam a dupla titular. Depois deles, Marco Antônio (falecido há poucos anos, o do afundôôô, no vôlei) e Carlos Aymar, que eram muito parecidos com os principais. Mas eu curtia mesmo era o terceiro time, dois jovens (como eu) que se firmavam na carreira: Luciano do Valle e Ciro José. Eram transmissões limpas, com charme de velocidade, com apoio dos talentosos repórteres Juarez Soares e Roberto Carmona. Um show de vibração e inspiração.

Decidi que queria ser assim, como ele. E foi nele que me espelhei para começar a narrar, dali pouco tempo. Mais tarde, em viagens, conversamos muitas vezes (na Copa de 86, em Guadalajara, éramos vizinhos de posição no Estádio Jalisco) e ele sempre me dizia: "sou jornalista, não artista", explicando a ausência de bordões ou recursos que não fossem da bola rolando. Aprendi a lição, não sei se soube executá-la como deveria (hoje tem gente querendo show, não transmissão). Mas rendo minha homenagem a Luciano do Valle, incrível e dolorida perda nesse fim de semana. Foi sempre a referência, agora são saudades.

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