GP do Canadá sem surpresas

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Na segunda-feira após o GP de Mônaco, além da evidente chance de tirar um dia de folga no Principado, aproveitei para marcar uma entrevista com um personagem que hoje talvez seja desconhecido do público, mas que os fãs de F1 da época de Ayrton Senna certamente se recordam: Thierry Boutsen.

Considerado o melhor amigo do tricampeão brasileiro, o belga hoje comanda a maior empresa de jatinhos e aeronaves particulares em Mônaco, a Boutsen Aviation. Mas é óbvio que o papo foi sobre F1 e, aproveitando que a próxima etapa seria no Canadá, onde ele venceu em 1989, perguntei o que esperava da corrida. "Uma surpresa, pode apostar", me disse.

De fato, além de sua própria vitória (numa corrida debaixo de chuva), a corrida em Montreal sempre reservou desfechos surpreendentes, como aquela vitória de Nelson Piquet na última volta, em 1991, após Nigel Mansell errar a dose na comemoração antecipada e aliviar muito o pé do acelerador. Ou então a primeira e única vitória de Jean Alesi, em 1995, com Rubens Barrichello no pódio com a Jordan. Mais recentemente, a primeira vitória do estreante Lewis Hamilton, em 2007, ou mesmo a de Robert Kubica, com a BMW. Exemplos não faltam...

Mas a edição de 2013 parece contrariar o que Boutsen esperava – e este colunista também. Um pódio com Sebastian Vettel em primeiro, Fernando Alonso em segundo e Lewis Hamilton em terceiro está longe de ser uma surpresa. Ao contrário, quem acompanha esta coluna sabe que estes são, em minha opinião, os três melhores pilotos da F1 na atualidade.

Só que, estatisticamente, dá para dizer que Boutsen estava certo, afinal. Oras, esta foi a primeira vitória do alemão no circuito, e também de sua equipe, a Red Bull. Quem diria que, entre as surpresas, ver uma favorita finalmente quebrar o tabu seria uma maneira de o GP do Canadá manter sua fama de corridas surpreendentes!

O único efeito colateral desta "surpresa" é que agora Vettel é quem mais venceu no ano, com três triunfos, e já disparou para 132 pontos, 36 a mais que Alonso, seu eterno perseguidor. Pelo ritmo impressionante que mostrou no Canadá, surpresa mesmo seria se o alemão não consolidar seu caminho rumo ao tetracampeonato nas próximas etapas.