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A primeira vitória de Nico Rosberg e da Mercedes nesta temporada foi ofuscada aqui em Mônaco pela polêmica sobre o teste da equipe vencedora no intervalo entre este GP e a corrida passada, em Barcelona. Foi justamente no circuito catalão onde Rosberg e Lewis Hamilton conduziram cerca de 1.000 quilômetros de testes em três dias no autódromo antes de vir a Monte Carlo. Por regulamento, treinos na F1 são proibidos com os carros da temporada corrente e também dos dois anos anteriores.

Mas, como sempre no automobilismo, tudo é uma questão de interpretação de regulamento. E a polêmica ficou ainda maior porque o time que até então era o campeão de poles conseguiu sua primeira vitória em 2013, demonstrando ótimo ritmo de corrida em um circuito exigente como Mônaco.

Logo na primeira pergunta dos jornalistas aos três primeiros colocados, um colega alemão questionou Nico sobre o teste – ele preferiu não fazer nenhum comentário. Na saída da sala de conferência, encontrei Gary Anderson, que trabalhou décadas como projetista e diretor de equipes como Jordan e Jaguar.

Perguntei ao hoje comentarista da BBC se o teste, de fato, ajudaria a Mercedes a ter uma melhora tão significativa em pouco espaço de tempo. "Com certeza. Basta ver que três dias de testes custa em torno de 5 milhões de euros (cerca de R$ 14 milhões). Então, porque uma equipe faria isso apenas para ajudar a fabricante de pneus a ter melhores compostos para 2014?", questionou.

Outra frase de Gary foi perfeita para entender a situação. "Todos nós sabemos como Ross [Brawn, diretor da Mercedes], é bom em interpretar o regulamento em suas entrelinhas", cravou, numa clara alusão à brecha encontrada em 2009 com o difusor e que garantiu o título da Brawn GP com Jenson Button. Enquanto a Mercedes se defende, dizendo que de secreto o teste não teve nada, Stefano Domenicalli disse que, se houvesse chance de testar o carro, a Ferrari estaria na pole position para conduzir os treinos, mesmo argumento da Red Bull.

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