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Ultimamente, meus olhos têm se voltado insistentemente para o passado do esporte. Não confunda, por favor, com saudosismo. Até porque não acredito que a qualidade das competições, em geral, era muito maior do que temos atualmente.

O que me instiga é saber o que já foi feito nos esportes do Paraná para entender o presente e arriscar projeções de futuro. O problema é que encontrar informações não é nada fácil. Federações, clubes, associações esportivas e até mesmo a gestão pública não parecem interessadas em registrar e conservar o histórico de suas modalidades.

Confesso que fiquei surpresa com a dificuldade em encontrar, por exemplo, dados sobre a história do Ginásio do Tarumã, aqui em Curitiba. A situação se repetiu pelo interior do estado. Pense isso se repetindo em relação aos pioneiros do esporte, aos principais atletas de décadas passadas... Tudo se perdendo no tempo, sendo perdido para as gerações futuras. Preocupante.

Imagino (espero) que o mundo acadêmico tenha se preocupado em registrar e estudar as histórias do esporte do Paraná. Mas não basta manter tudo em pesquisas, teses e dissertações engavetadas ou circulando apenas dentro das faculdades. Pouco chega ao grande público.

Repito: não falo em saudosismo. Sem conhecer a própria história, o Paraná anda em círculos, repetindo falhas e com dificuldade de valorizar (e conseguir com que valorizem) o esporte local. Conhecer as glórias passadas faz saber que é possível ir além, vencer, quebrar recordes.

Felizmente, há quem tenha a preocupação em conservar a história. Semana passada, encontrei, por acaso, um vídeo que mostra os cartazes dos Jogos Abertos do Paraná (JAP’s) entre os anos de 1960 e 2005. Sensacional coletânea do professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL) Marival Antônio Mazzio. Quantas histórias guardam esses pôsteres; de cada uma das competições!

Outra iniciativa que quebra o descaso com a memória esportiva veio também de Londrina. Os judocas da cidade se reuniram para gravar um DVD com o professor Liogi Suzuki apresentando os katas (sequê­ncias coreografadas de técnicas e que traduzem a essência do movimento). O vídeo conta também com depoimentos de Suzuki. Aos 70 anos, é um dos mais graduados judocas do país e o primeiro brasileiro a fazer uma final em campeonato mundial. Foi prata no Mundial Universitário, em 1968. Uma lenda viva do esporte do Paraná devidamente eternizado.

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