Jovens boleiros, façam como Anderson Talisca e Maxi Biancucchi: olhem e aprendam. Na semana passada, o jovem meia do Bahia e o argentino artilheiro do Brasileiro pelo Vitória não tiveram vergonha de mostrar admiração pelo adversário Alex. A mesma reverência que merecem Seedorf, Juninho Pernambucano e Zé Roberto. Todos acima dos 35, uns mais perto dos 40, jogam o Brasileiro quase em tom professoral.

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"Se eu tivesse a chance, como eu gostaria de conhecer aquele cara" e "Nossa, ele é muito f...", disse Talisca à ESPN – integrante da seleção brasileira sub-20, ele não pôde encontrar o ídolo quando o Coritiba visitou Salvador na segunda rodada. "Que jogador é o Alex! Dá prazer vê-lo jogar #crack", mandou Biancucchi no Twitter após o empate por 1 a 1 no Couto Pereira, com golaço do meia coxa-branca de falta e mais um do hermano para o Rubro-Negro baiano.

Uma admiração difícil de ser encontrada no concorrido, e muitas vezes desleal, mundo da bola. Mas que mostra vontade de aprender com quem tem muito a ensinar. E faz isso naturalmente, com a bola na gaveta, o drible no momento certo ou o passe perfeito.

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Ver uma promessa como Talisca, 19 anos, deixar a marra de lado para elogiar um ídolo é animador. Ainda mais em um ambiente onde a garotada, inflada por fama e salários fora da realidade, leva ao ápice o natural impulso da juventude de achar que já sabe tudo.

Machucado, Alex não foi a Belo Horizonte no fim de semana e deixou de ser reconhecido como ídolo também por torcedores adversários, os cruzeirenses, que não esquecem a tríplice coroa em 2003. Sem ele, o time de Marquinhos Santos se mostrou competitivo, mas sem poder de decisão. E "como ser decisivo" é a principal lição de Alex no Brasileiro.

Zé Roberto também fez muita falta ao Tricolor gaúcho no Grenal. Mas Juninho e Seedorf, no mesmo campo, mantiveram os velhinhos em alta. Sem contar a liderança técnica e emocional em suas equipes, o holandês fez seu primeiro gol no Maracanã e o pernambucano uma assistência após drible espetacular na vitória do Botafogo por 3 a 2 sobre o Vasco. O Alvinegro carioca, aliás, só é líder graças aos gols e passes de Seedorf – assim como o Coxa já liderou e está no G4 por causa de seu camisa 10.

Mesmo consagrados, eles ainda têm suas aspirações pessoais. A primeira bola na rede no Maracanã foi importante para o Fogão, mas parece ter significado muito mais para o meia gringo, que aos 37 anos declarou ter realizado um sonho.

Alex sonhava voltar a jogar pelo time do coração. Com 35, é o caçula da turma. Mas a torcida alviverde adoraria que ainda "aprendesse" algo com os mais velhos: que é possível ir até os 38 de Juninho ou os 39 de Zé Roberto. Enquanto isso, coxa-brancas: aproveitem que pode durar pouco. Adversários, façam como Talisca e Biancucchi: abram a mente e aprendam também.

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