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Sabe aquela piada que você já conhece e escuta atentamente até o fim por educação, e depois ri para não constranger o autor do gracejo?

Assim está o torcedor em relação à seleção brasileira (brasileira?), ora contando mais uma pilhéria na Copa América. O paciente torcedor já sabe o que vai acontecer no final, mas ainda assim presta atenção. Vai que no fim o chiste muda de rumo, ganha um fechamento inusitado? Por enquanto o roteiro é o mesmo, já familiar.

A começar pela escalação do selecionado de Dunga, o técnico-tampão pós-fiasco da última Copa.

Dos 22 convocados, dezenove são de outro planeta e apenas três jogam por aqui – não por muito tempo, já que convocados para a camisa amarela multiplicam suas chances de serem extraditados para países que pagam muito bem para trancá-los em seus estádios.

A anedota de Dunga é a mesma que se conta há muito tempo, independentemente do técnico que usa a palavra.

E ela sempre começa do mesmo modo: todos – ou quase todos, de preferência – têm de estar com contrato assinado com países civilizados, ricos, democráticos (a Ucrânia, de Elano, e a Rússia, de Vagner Love, são as únicas exceções desta última alvoroçada convocação).

A falácia continua. Qual o motivo do chamamento dos atletas, agora de primeiro mundo: é amistoso, preparatório ou torneio oficial?

– Para amistoso, nem pensar.

– Preparatório? Primeiro tem que ver o calendário europeu.

– Copa América? Em plenas férias? Conta outra.

Não será um torneiozinho como este que irá privar os pés de um Ronaldinho Gaúcho ou um Kaká do merecido descanso, alisar os calos para uma nova temporada no melhor futebol mundial. O Real Madrid emprestou Robinho para dois "V". Vai e volta rápido. E inteiro, porque tem compromissos muito mais sérios por lá.

Mas a piada podia ser contada diferente: convocar só jogadores atuando no Brasil, por vingança. Daí voltaríamos com aquele campeonato paralelo, para ver qual time brasileiro consegue mais convocações.

Antes da gulodice dos europeus por brasileiros era assim. A lorota tinha muito mais graça.

* * *

Hoje o Brasil pega o Uruguai, na semifinal da Copa América, com um olho na Celeste e outro nos argentinos, mais favoritos do que Dunga.

Mas antes, às 19h30, tem um jogo ainda mais interessante para a torcida alviverde: o líder Criciúma recebe o vice Coxa. Mais um teste G4.

* * *

O leitor Acácio Leite manda um complemento para o texto da semana passada sobre o Barueri: Leandro, artilheiro do Campeonato Paranaense de 2005 pelo Iraty está atuando na equipe, assim como Assis, também do Iraty, que entrou na seleção dos melhores do regional deste ano, eleita por emissoras de rádio da capital.

Está registrado, Acácio.

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