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O Coritiba não precisou jogar bola para ficar com o supermando (dois pontos extras e todos os sete jogos do octogonal em casa; êh, vidão!). O Iraty o presenteou com o regalo, vencendo o Furacão no Emílio Gomes. Ou foi o Atlético que deu de bandeja o supermando ao Coxa? Tanto faz...

Esses sete jogos no Couto serão um alento para os dez que o Alviverde perdeu no STJD: -10 + 7 = -3. Apenas três negativos. Uma conta um tanto esquisita, porém quem não tem calculadora, calcula com lápis.

Mas o que ficou esquisito mesmo foi a demissão do Delegado Lopes. Um chute no traseiro mal contado. Malucelli disse que estava pensando lá na frente, no Brasileirão. Mas pareceu mesmo que estava pensando lá atrás.

Afinal, como pensar lá na frente, no Brasileiro, em um momento tão delicado do Estadual? Resultado: derrota para o Iraty, quando precisava vencer para manter chances de brigar pelo supermando, na última rodada. Lopes havia, em onze rodadas, perdido apenas uma, contra o Operário, na Arena.

Leandro Niehues conseguiu a mesma marca – negativa – em apenas um jogo. Agora Inês é morta. Ao CAP só resta brigar pelo vice-supermando, na rodada saideira.

O Paraná acordou a tempo e pegou o bonde do octogonal. Ainda tem chances de subir um pouquinho mais na tabela. Vencendo o Porco e mais algumas combinações, pode ficar em tercei­ro no supermando e jogar todas em Curitiba – uma no Couto, outra na Arena e cinco na Vila. De bom tamanho para quem estava escorregando à ZR há pouco tempo.

Glauco

Trabalhei com Glauco na redação da Folha de S. Paulo, em 1988. Fui convidado para desenhar as charges editoriais junto com "Geraldão" e Spacca, o melhor chargista do país naquele momento – Spacca cansou e abandonou o ofício algum tempo depois, o que foi uma pena.

Mas Glauco era o mais divertido, irreverente e tresloucado cartunista que conheci. Fazia horrores na redação. Um dia passava a mão em sua bunda, como quem diz "e aí, beleza?", e no outro nem olhava para sua cara; ficava quietinho num canto desenhando suas tiras. Sem internet, cartunistas ou desenhavam na redação ou levavam um "pacote" de trabalhos prontos para serem editados.

Fernando Gonzáles, autor do Níquel Náusea, fazia assim. Chegava com um embrulho de tiras e deixava nas mãos do editor. Glauco preferia desenhar lá mesmo, na redação. Só a do dia.

Me levava para beber cerveja em botecos podrões na Av. São João e proximidades. Cheio de amigos, muitas vezes me deixava bebendo sozinho e, quando lembrava de mim, dizia sorrindo: "Ah, você está aí?".

Glauco trouxe leveza e graça em um tempo em que nove entre dez cartunistas desenhavam generais – anos de chumbo –, com seus indefectíveis personagens cheios de perninhas, mãozinhas e muita irreverência.

Uma perda irreparável.

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