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Estava atrasado para fazer o almoço de domingo e vai ao mercado comprar o tempero que faltava. Entra numa fila de caixas rápidas. Sua fila não anda.

Depois de passar pelo caixa, sai do mercado dirigindo em alta velocidade, pensando no jogo de seu time logo mais no meio da tarde, e no almoço todo a fazer, com convidados a caminho. Foi dormir tarde no sábado, com insônia, e acordou tarde.

Não morava longe do mercado, apenas duas quadras, mas a pressa o fez descer para a garagem do prédio e pegar o carro. Confere os ingressos no bolso. Estão ali. Os sinaleiros do trajeto na volta para casa estão todos fechados. Fura um e um agente de trânsito – num domingo! – anota sua placa.

Dobra a esquina de casa, lembrando o valor da multa (gravíssima para sinal vermelho) mais os pontos na carteira, quando dá de cara com um caminhão de mudanças. O veículo pesado passa por cima de seu carro. Fica inconsciente.

Acorda no hospital todo quebrado: cinco costelas, um braço e uma perna. E os dois olhos roxos, quase negros. Cabelos raspados. Houve um corte na cabeça, 13 pontos, os mesmos que nunca acertou naquela loteria de jogos de futebol.

Alguém entra na enfermaria para uma visita. Já é começo da noite. Teria ficado desacordado à tarde toda. É seu amigo do almoço e do jogo. Iriam ao estádio juntos. Os ingressos foram com ele ao pronto-socorro. Não foram usados.

– E... o... jogo? – perguntou ao amigo, com sangue nos dentes.

– Perdemos de 2 a 0.

***

Reza a velha Lei de Murphy que se algo pode dar errado, dará. E com agravantes, da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível.

É o que aconteceu na rodada do último final de semana com o Paraná na Série A e Coritiba na Série B.

O primeiro, depois de causar grande expectativa por uma vaga na Libertadores do ano que vem, recua no momento mais errado possível. A derrota, a esta altura, a oito rodadas do final, para o maior freguês da Vila, o Flamengo, foi uma ducha gelada em dia siberiano.

E como na Lei de Murphy, a coisa só tende a piorar. Os adversários do Paraná ao desejado lugar na Copa Toyota são apenas Atlético, Cruzeiro, Palmeiras, Vasco, Santos, Internacional, São Caetano (o mais fraco; e já deverá estar rebaixado até lá) e, pela rodada saideira, o virtual campeão 2006, o São Paulo.

A derrota para o Flamengo talvez tenha sido a senha para a entrada em jogo de Murphy na vida dos tricolores: tudo pode piorar. A menos que aquela caixinha ainda guarde surpresas.

O segundo, com o Coxa: depois da série fantástica sem vencer, consegue respirar com dois bons resultados (Marilia e CRB). Os nervos da torcida e atletas aquietados, o otimismo retorna, menos para os dirigentes, que pedem passagem na mídia para mostrar um pouco de seus bastidores. O caso da assinatura falsificada de Evangelino Neves poderia ter sido levantado no Natal, quando Papai Noel tiraria de seu saco o documento supostamente adulterado.

Fora do grupo de acesso, o alviverde tem tudo para aplicar a lei marphyana nestas últimas rodadas, quando encontra adversários diretos e outros em desespero.

O domingão de Murphy só foi massa para o Felipe.

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