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A torcida agora é para que o Cruzeiro não perca de vista o São Paulo. Senão o Campeonato Brasileiro perderá a graça bem antes do fim. O Tricolor paulista está com pinta de ficar com o título com umas seis rodadas de antecedência, pelo menos.

A Raposa é a nossa única esperança para que isso não aconteça. Entoemos todos, portanto, um trechinho do hino do ex-palestra mineiro a cada nova rodada: "Cruzeiro, Cruzeiro, querido! Tão combatido, jamais (sic) vencido!"

Para a resto, abaixo dos mineiros, a disputa fica por vaga na Libertadores. E só.

Só?

Bem, se você gosta de briga de insepultos, tem o grupinho da degola, que vai divertir muito ainda. Noves fora o América, com as medidas já tomadas pelo agente funerário, contabilizamos hoje vários pacientes dentro ou à porta da UTI.

Parece que a coisa funciona mais ou menos assim: os que saem da zona de rebaixamento e conseguem mais alguns passinhos à frente, já falam em vaga na insípida Sul-Americana. Uns passinhos para trás e de novo o horror do descenso.

E os que se firmam na faixa do torneio da montadora japonesa Nissan ficam ainda bisbilhotando uma vaga na Toyota. Faltam ainda 16 rodadas. Salvo uma surpresa no trecho, os nomes ora vistos transitando nas conhecidas faixas de classificação, serão eles mesmos os protagonistas quando "le grand finale" for encenado.

Veremos ainda por muitas rodadas Atlético e Paraná pelejando ponto a ponto para se manter no palco da Série A. Estes dois não têm mais nada a fazer nesta temporada. Libertadores já era. Dane-se a Sul-Americana. O grande negócio – e negócio bicudo – será respirar novamente os ares da Primeira Divisão em 2008.

•••

Encontrei no último domingo, pouco antes do jogo dos Atléticos na Arena, o velho brother João Cláudio Palma, codinome Guerreiro, sentado solitariamente à mesa de um bar. Estava de passagem por ali e não pude sentar com ele. Há tempos não nos víamos. No canto, ao alto, uma televisão ligada no jogo da Baixada.

– Não vai ao jogo?, perguntei a ele.

– Agora que estamos com a corda no pescoço eles abaixam o ingresso. Não aceito esmola, respondeu. Gasto o quinzão em cerveja, completou, com o bigode coberto de espuma da bebida.

– Não tem ido ao estádio?, perguntei curioso.

– O Bozo nos roubou os finais de semana na Baixada. Lembra do Jaime, do Tuí, do Jorjão, do Marcos? A gente tinha um ritual: almoçar e ir à pé até o estádio, para fazer digestão. Sentávamos todos na Buenos Aires, o sol batendo no peito, mais umas cervejinhas; falávamos da vida, discutíamos a escalação do time. Todos eles sumiram. Nunca mais os vi. Você também sumiu, né?

– Pois é...

– Mas estou pensando em voltar. Só pra ver o Bolinha, encerrou o Guerreiro.

tiagorecchia@gazetadopovo.com.br

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