• Carregando...

É aquela coisa: se o sujeito não está no lugar certo na hora certa já era. Lembrei da máxima quando li sobre o atacante Keir­­rison, criado no Alto da Glória e cujo passe pertence ao Bar­­celona. Não tendo espaço no badalado time catalão, rodou por aí, sem sucesso, até ser emprestado ao Santos, em meados do ano passado. K9 se especializou em fritura. Sai de uma frigideira para entrar em outra.

Na Vila Belmiro, apenas assistiu à margem o bicampeonato paulista e o tri da Liber­­ta­­dores, conquistado por Neymar e cia. Reserva de Zé Eduardo, Keirrison deve ter nutrido alguma esperança de trocar passes com os craques santistas, até Borges (também rodando feito baiana por aí) chegar para sua posição. Foi a senha de que continuaria sendo preterido no time. Estava mais do que na hora de dar no pé.

Os agentes de K9 então tiraram um novo coelho da cartola para o desprezado piá bom de bola retornar aos gramados e aos gols. O milionário checheno Bulat Chagaev comprou um time suíço e vem balançando notas de euros para o mercado boleiro. O Neuchatel, seu time, vem se pendurando na Primeira Divisão do futebol helvético aos 48 do segundo tempo. O dinheiro de Bulat pretende levar o Neuchatel à Liga dos Campeões e fazer com que Keirrison peça o chapéu ao Peixe.

O desenho da carreira de Keirrison vem ganhando linhas melancólicas e cores opacas: fazer dinheiro com futebol não parece ser tão complicado assim; duro mesmo é enricar e ganhar fama e prestígio com ele; coisa para poucos; para aqueles que estão no lugar certo na hora certa.

Antes da finalíssima da Li­­bertadores li, no portal UOL, uma entrevista divertida com Coutinho, centroavante bicampeão da Libertadores pelo Santos, ao lado de Pelé, em 62 e 63. Hoje com 68 anos, tinha a mesma idade de Neymar quando derrotou o Peñarol no primeiro título do Peixe. No ano seguinte, ele e Pelé conquistariam o bi, derrotando o Boca Juniors, em Buenos Aires; 2 a 1 de virada, um gol dele.

Coutinho é daqueles que fala o que der na telha; disse que Neymar tem de jogar com chuteiras e deixar o patinete em casa. O cai-cai do craque o irrita. De 20 quedas, 15 seriam firulas, segundo ele.

Disse também que Ganso não estaria em condições psicológicas de jogar. Faltaria a PH cabeça, que estaria num "vai-não-vai-pra-europa" dos diabos. Para o antológico santista, Elano anda preguiçoso, precisa trabalhar mais – os três, Neymar, Ganso e Elano se apresentaram ontem à seleção.

Sobrou até para Muricy. Coutinho disse que ele é excessivamente retranqueiro. Gos­­taria que ele soltasse mais os meninos para fazer gols. Coutinho está acostumado com um Santos que, se tomava três gols, fazia seis.

A rabugice de Coutinho era compreensível às vésperas de uma grande decisão. Ainda segundo ele, Libertadores, em seu tempo, não era desejada assim. O Santos, dele e de Pelé, preferia fazer excursões pela Europa para juntar alguns trocados.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]