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Se o Paraná Clube estivesse participando do Pan-Americano, a modalidade mais adequada a ele seria saltos ornamentais – a categoria que usa trampolins para sua execução.

O entra-e-sai de técnicos em busca de saltos em suas carreiras tem feito da Vila Capanema a melhor prancha do futebol brasileiro.

De cofre modesto, mas com uma grande janela para ver e ser visto, o Paraná é o preferido por onze em cada dez aspirantes a treinador de ponta.

Uns conseguem saltos de ouro, outros se espatifam no chão, recebendo medalha de lata. Este é o caso de Zetti, demitido ontem pelo Atlético Mineiro depois de tomar, no último sábado, uma goleada de 4 a 0 do Vasco, no Rio.

O Atlético de Minas Gerais vem fazendo campanha igualzinha a do seu xará daqui: 16 pontos, resultado de 4 vitórias, 4 empates e 5 derrotas nestes 13 jogos do Brasileiro. Ambos a dois pontos da zona de rebaixamento. Com o dedo de Zetti, o Galo mineiro venceu 3, perdeu 4 e empatou mais 4.

Zetti havia recebido de Caio Júnior um time bom de cascos, mas decepcionou a torcida tricolor com o vice-campeonato do "Pára, não enche" e a saída da Libertadores bem antes do final da festa.

Em sua transferência para Belo Horizonte dizia, com a sinceridade peculiar de todo boleiro, que ia em busca de melhor salário e "visibilidade". Saltou da prancha para um salto mortal triplo no time mineiro, mas a piscina de lá estava sem água. Ele tinha que tentar. Afinal, poderia ter dado certo.

Quando pulou para o Galo, Zetti deixou Pintado no trampolim. Pintado ainda disse, com a sinceridade peculiar de boleiros, repita-se, que já vinha namorando o Paraná Clube há tempos.

O namoro rendeu mais tapas do que beijos. Da prancha do Durival Britto atirou-se aos braços dos endinheirados árabes. Com eles não é namoro, nem amizade. Só negócio.

Então a diretoria paranista, calejada no assunto, readmite Gílson Kleina para mais uma tentativa com o treinador curitibano em seu trampolim – esperando que este não cometa nenhuma trampolinice se conseguir bons saltos ornamentais na seqüência do campeonato.

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Essa vida maldita dos técnicos de futebol é culpa das torcidas, que não digerem bem as derrotas. Se elas se acostumassem mais com o fracasso, as coisas seriam menos complicadas, não é Lopes?

Se tivesse que optar entre ser técnico de futebol e manobrista de avião em Congonhas, ficaria com o segundo.

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Hoje o Coxa recebe a Ponte Preta. Com 23 pontos, o Alviverde precisa encostar mais no Criciúma, com 29. E afastar um time que, com uma vitória apenas, pode igualar aos 21 pontos do Vitória, último ocupante do G4.

Anderson Lima, se tiver a mesma pontaria que arranjou contra o ex-sensação Barueri, pode dar uma banana para a Macaca.

tiagorecchia@gazetadopovo.com.br

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