Competições do Pan, mesmo sem compreender bem a maioria dos esportes. O que mais me fascinou, pela beleza dos movimentos, foi a apresentação do ginasta Mosiah Rodrigues, medalha de ouro na barra fixa. Ele voou como um pássaro. Nada mais belo.

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Uma competição esportiva pode ser vista de várias maneiras. Alguns, principalmente treinadores e jornalistas mais pragmáticos, enxergam no esporte uma disputa quase apenas de técnica, de estratégia e de eficiência. São os "entendidos", como dizia Nelson Rodrigues.

Nem todos os que falam de esporte são "entendidos". De médico, louco e comentarista de esporte, todo mundo tem um pouco. Como o futebol é o esporte mais imprevisível, todos se acham no direito de opinar. E ainda dizem: "É a sua opinião contra a minha". Todos são colocados dentro do mesmo saco.

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Grande número de torcedores quer apenas torcer por seu clube e/ou país, como no Pan. É também uma forma de exteriorizar as emoções e de participar de um grupo, de uma nação.

Muitos torcedores projetam também nos seus ídolos os sonhos de ser um campeão, um medalhista de ouro, de fazer algo grandioso e de ser imortalizado. Esse desejo está presente em todos nós.

A profissão da moda

Os psicólogos, com diploma ou de botequim, tentam analisar as emoções dos atletas e como eles lidam com a pressão e a ansiedade. A profissão da moda é o motivador, psicólogo ou não. Todo atleta ou equipe tem o seu motivador. Para ser um bom motivador é preciso ser esperto, falar bem e ser um grande sedutor, capaz de sugestionar. Isso não se aprende na escola.

Os sociólogos enxergam o esporte como um espelho na sociedade. Os moralistas, como uma metáfora do bem e do mal, do certo e do errado.

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Muitos preconceituosos intelectuais vêem o esporte como algo menor, puramente corporal, pouco inteligente. O clichê de que esporte é cultura não ocorre na prática. A cultura costuma ignorar o esporte.

As emoções de uma disputa esportiva costumam não chegar à consciência e se manifestar diretamente no corpo dos atletas. Ao sofrer uma falta, um atleta, sem racionalizar, solta o braço e agride ao adversário. A falta de intenção não o livra de punição.

Em outra situação, o craque, sem pensar, executa um belo lance. É um saber que antecede ao raciocínio lógico. Ele sabe, mas não sabe que sabe. Melhor que entender os detalhes técnicos de um esporte, é vê-lo como algo prazeroso e belo. "O essencial é saber ver, sem estar a pensar, sem pensar quando se vê". (Fernando Pessoa).