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Escrevi antes da partida contra o Uruguai que o maior problema tático da seleção brasileira era não fazer uma marcação por pressão, pelo menos em parte do jogo. Foi o que fez o Uruguai, que tem o mesmo tempo para treinar. Os uruguaios marcavam mais na frente, tomavam a bola com facilidade, chegavam com muitos jogadores ao ataque e criaram quinze chances de gol. Um massacre coletivo. Não me lembro de ter visto isso acontecer no Brasil com a Seleção. Assim não dá.

Ronaldinho continua lento, como se fosse um veterano, cansado da fama. Kaká e Robinho queriam fazer a jogada mais bonita da noite e perdiam todas as bolas. Não foi por acaso que o time melhorou com a entrada de Josué. Os limitados Mineiro e Gilberto Silva, contra quatro uruguaios, levavam show de bola. Assim não dá.

Para essa formação com os três meias dar certo, será necessário criar uma estrutura tática bem diferente da habitual, como fazem alguns poucos times da Europa e como ocorreu com o Brasil na Copa das Confederações. Se Dunga não é capaz disso e se os três craques não assumirem uma nova postura, será melhor trocar um dos meias por outro jogador de meio-campo e voltar à mesmice. Mas será um atestado de incompetência. Assim também não dá.

Chega de seleção. Cansei. Recomeçou o Brasileirão. Obrigar um time a jogar sem público, por causa de um torcedor que jogou um objeto no campo, é uma das punições mais sem sentido e prejudiciais ao futebol. Há outras maneiras mais inteligentes de punir o clube. Mas como essa é a atual lei e outros clubes foram punidos por isso, deveria acontecer o mesmo com o Flamengo. Assim não dá.

Por contrato, a TV Globo tem o direito de mudar datas e horários das partidas. Outra televisão faria o mesmo, pois visam audiência e lucro. Mas é lamentável que uma televisão, seja qual for, mande nos clubes, nas federações e, principalmente, na CBF, responsável pelas mudanças nessas rodadas decisivas. Globo e CBF, tudo a ver. Assim não dá.

Gigante no chão

Adriano está no Brasil para se tratar no São Paulo. Ele nega que seja por causa de alcoolismo e que apenas farreou bastante nas noites de Milão.

Adriano surpreendeu duas vezes na sua carreira. A primeira, pelo esplendor técnico que atingiu. A segunda, pela intensa e brusca queda. Qual será o verdadeiro tamanho de seu futebol?

Um ano antes da Copa de 2006, Adriano foi eleito o melhor jogador da Copa das Confederações. Depois disso, foi um fracasso. Antes da Copa, ele já estava perdido dentro e fora de campo.

Perto do Mundial, conversei por telefone com Parreira e disse a ele da minha preocupação com o jogador, que parecia ter colocado uma enorme máscara, ter um Deus na barriga. Parreira minimizou o fato, afirmou que ele estava apenas triste em Milão e que tudo voltaria ao normal quando começassem os treinos.

A fama, muito dinheiro e outros fatores que não sei quais são, deram uma rasteira em Adriano. O tombo foi grande. Tomara que consiga se levantar. Não será fácil. O gigante é muito pesado.

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