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Existe um consenso de que a seleção inglesa possui uns nove excelentes titulares, mas que os reservas são fracos. Isso ficou evidente contra o Brasil. Mesmo se jogassem os titulares, o Brasil teria um pouco mais de chance de vencer.

Brasil e Espanha são, hoje, as seleções mais fortes. A Espanha, com vários baixinhos, joga no estilo brasileiro de outros tempos, de muita troca de passes, enquanto o Brasil, com muitos jogadores altos e fortes, joga no antigo estilo europeu, de muita marcação, jogadas aéreas e de velocidade nos contra-ataques.

Desde as categorias de base, o Brasil é o país que proporciona melhores condições físicas aos atletas de grandes equipes. Já nas questões sociais, continua mal. Os jogadores da seleção são, hoje, mais altos e mais fortes até mesmo que os das seleções europeias. Isso não ocorre porque a população brasileira ficou mais alta, como disse Dunga. A altura da população aumentou em todo o mundo.

Os grandalhões brasileiros são consequência da seleção feita nas categorias de base. Os meninos estão se tornando atletas muito cedo. São produzidos em série, como mercadoria para ser exportada. Os grandalhões com talento valem fortunas. Os que não vão para frente, a maioria, sentem-se frustrados e incapazes de exercer outras atividades. Perdem o futebol e a vida.

O Flamengo, que tem jogado melhor no Brasileirão, adota o mesmo esquema da seleção, com uma linha de quatro defensores, dois volantes que marcam muito, um armador, pela direita, que defende mais que ataca, um meia de ligação, um centroavante e um atacante que volta para marcar, pela esquerda (Zé Roberto, no Flamengo, e Nilmar ou Robinho, na seleção).

Nilmar tem feito muitos gols, entrando em diagonal, da esquerda para o meio. O mesmo acontece com Pato, no Milan, só que da direita para o centro. Como os dois são extremamente velozes, encontraram nessa nova maneira de jogar os espaços que precisam. Zé Roberto também entra em diagonal, da esquerda para o meio. O problema é que ele não acerta o gol.

Na seleção, enquanto Nilmar parte para receber a bola na frente, Robinho recua para iniciar os contra-ataques, ao lado de Kaká. Robinho e Nilmar ocupam a mesma posição, mas com características bem diferentes. É o estilo dos jogadores, e não os números, o desenho na prancheta, que define a maneira de jogar.

Da mesma forma, atacantes, goleadores, pontas de lança, como Zico, Pelé, que voltavam para receber a bola no meio de campo, eram bem diferentes dos atuais meias de ligação, armadores, como Petkovic, Conca, que iniciam as jogadas no centro do campo.

Se o Palmeiras perder hoje, Flamengo e São Paulo vão disputar o título. Contra o Vitória, o São Paulo, por não ter alguns titulares, jogou com sua melhor equipe, com Arouca e Hugo. Gosto mais de Richarlyson como terceiro zagueiro, pela esquerda.

Hugo é um jogador de poucos e decisivos lances. Já Da­­goberto é de muitos lances, alguns brilhantes, e pouca definição. Hugo é melhor do que parece. Dagoberto parece me­­lhor do que é. Os dois são bons. Apenas isso.

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