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Diferentemente das outras partidas sob comando do Dunga, quando atuou pela direita, defendendo e atacando, Elano jogou contra o Chile de terceiro volante. É um exagero defensivo.

A Argentina também atua com três volantes (Mascherano, Veron e Cambiasso). Por isso, a crítica e o torcedor argentino querem ver o meia Aimar no lugar do Cambiasso. A diferença dos volantes argentinos para os brasileiros está na qualidade. Veron tem características de meia, ótimo passe e finaliza muito bem de fora da área.

Jogar com três volantes apenas marcadores é uma coisa. Outra é a necessidade de se ter três jogadores que marcam no meio-campo. Dois deles precisam avançar. Desde a Copa de 58 que a seleção brasileira joga assim. No mundial de 70, a linha de três marcadores era formada por Clodoaldo, Gerson e Rivellino. Quando o time recuperava a bola, Gerson e Rivellino se aproximavam do ataque.

Não se pode confundir também armadores, que marcam e atacam, como Gerson, Rivellino, Deco, Juninho Pernambucano, Veron e outros, com meias ofensivos, como Diego, Anderson, Riquelme, que recuam só para receber a bola e que não participam da marcação no meio-campo.

Uma coisa que me incomoda é citarem a seleção de 70 como exemplo de uma época em que os jogadores só pensavam em fazer gols, não marcavam, só praticavam treinos coletivos, faziam o que queriam em campo e resolviam as partidas.

Zagallo dava muitos treinos táticos, mais que hoje. Antes dos treinos e jogos, ele mostrava com detalhes e com clareza a movimentação dos jogadores por meio de um campo pequeno e de botões. Havia um planejamento tático e todos cumpriam, além de inventar e improvisar jogadas.

Não adianta nada um técnico moderno, com um fantástico computador, como existem muitos por aí, dar instruções se ele não conhece nem o esquema tático do adversário. Após o jogo, para espanto de alguns jornalistas presentes, Dunga disse que o Chile tinha jogado com duas linhas de quatro. O Chile atuou com três zagueiros.

Muito melhor que todas essas discussões, foram as jogadas do Robinho pela direita no segundo tempo. O terceiro gol foi magistral. Dunga merece também elogios, e não apenas críticas, por ter mudado a posição do jogador durante a partida. Isso não significa que ele deva atuar sempre assim. Cada jogo tem sua história.

Não podemos esquecer ainda que Robinho, depois que saiu do Santos, talvez tenha aproveitado pela primeira vez a sua enorme velocidade e habilidade para definir um jogo. Foi uma das mais espetaculares atuações de um jogador pela seleção. Há tempos que Robinho ameaçava fazer isso e errava a finalização ou o último passe.

Não podemos esquecer também que é exceção um jogador brilhar tanto enquanto seu time está perdido em campo. Se o Brasil continuar atuando mal, for eliminado e o Robinho jogar mal, será injusto e cruel dizer que ele fracassou no momento decisivo. Um time não pode depender somente de um jogador. Ainda mais o Brasil.

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